quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Igrejas velhas não valem nada

By Maurício Zágari

Se tem uma coisa que eu admiro nos japoneses é o respeito e a honra que eles dão aos idosos. São vistos como pessoas sábias, vividas, experientes, que já passaram por todo tipo de dor e sofrimento, que já erraram e acertaram muito, que entendem que a testosterona da juventude nos leva a cometer erros muitas vezes irreparáveis. No Japão, velho é bom. Paradoxalmente, no Brasil velho é ruim. É sinônimo de coisa ultrapassada, defasada, que não serve mais, que não entende os nossos tempos, que está apegada a tradicionalismos e coisas de uma época que não se aplica mais aos nossos dias.

Com o perdão da palavra, mas, nesse sentido, como nós, brasileiros, somos ignorantes!

Jovens têm, é lógico, o seu valor. São cheios de garra, têm disposição, ímpeto e vontade de mudar o mundo. O problema surge quando queremos mudar o que não precisa ser mudado. Pois, queira você ou não, jovem, você é inexperiente. Ainda tem muito feijão para comer. Um rapaz de 20 anos nunca vai se comparar a um senhor de 60, por exemplo, em número de cicatrizes na alma. Cara, são 40 anos a mais de vivência! Você acha isso pouco? Comparar chega a ser patético. Uma sociedade formada sobre a inexperiência dos jovens é uma sociedade que vai cometer todos os erros que os velhos já cometeram – sem necessidade alguma de que eles fossem repetidos Infelizmente, é o que tem ocorrido em muitas igrejas.

Fico lendo no twitter alguns pastores garotões querendo dizer aos mais velhos como se deve fazer igreja e o que leio muitas vezes me dá um desânimo atroz, pra não dizer assombro. É patente que são uns meninos cheios de boa vontade, mas também lotados até a boca de equívocos, inexperiência, ignorância teológica e falta de traquejo. Outro dia li um jovem pastor ligado a uma organização de mocidade para cristãos defender que masturbação não é pecado se você o faz pensando na sua esposa. Depois, o mesmo garotão comparou roupa de pastores com roupa de políticos numa analogia tão sem fundamento que me deu até pena. E basta ler os tuites dele que você percebe até coisas menores, como montes de erros de gramática e ortografia. E são esses que estão discipulando nossos jovens??? Deus tenha misericórdia de Sua Igreja…

Jovem, lembre-se que Israel foi dividido porque o rei jovem deu mais ouvidos aos conselheiros garotões do que aos anciãos. Você quer um conselheiro nas coisas de Deus e da vida? Busque alguém que tenha fios brancos na cabeça. Barba preta não faz de ninguém um bom pastor. Cabelos grisalhos também não, mas ajudam muito. Se eu vou a um médico, não procuro um recém-formado, vou aos que têm diplomas amarelados na parede e uma estrada longa percorrida. Por que não faria o mesmo com os médicos de alma?

Fui certa vez a uma conferência teológica acompanhado de um sacerdote que está na casa dos 50 anos. Eu tenho 39. Assistimos a uma palestra de um jovem e brilhante teólogo. A exposição dele foi excelente. Na saída comecei a elogiar o rapaz para esse sacerdote que estava comigo. Ele ouviu-me pacientemente. Ao final me disse uma frase que eu não esqueci: “Mauricio, ele pode ser muito bom, mas ainda não sofreu. Deixa ele sofrer mais e depois a gente conversa”. Refletindo sobre aquela frase, vi que ele estava coberto de razão: ninguém se torna um general sem carregar em si muitos ferimentos de batalhas passadas.

Os jovens cristãos chegam cheios de vontade de fazer e acontecer. Ótimo. Mas muitos, em especial pastores, enfiam os pés pelas mãos, porque ignoram o conselho dos mais velhos. Acham que sacerdotes com mais de 50 anos são velhos corocos presos a tradicionalismos inúteis, a pensamentos velhos e estruturas que não funcionam mais. Tadinhos. A Igreja tem de conversar com a sua época? Lógico! Mas a Igreja não tem que alterar a mensagem da Cruz para isso. Não precisa falar palavrões. Não precisa falar “quaé, mermão”. Muito menos reinventar a roda. O que funciona há 2 mil anos funciona há 2 mil anos!!! Que continue funcionando!!! Mas não: templos são coisas velhas, então temos de nos reunir em tendas ou outros ambientes alternativos. De preferência com cestas de basquete na parede pra mostrar como a gente é cool, tá ligado? Terno e gravata são coisas velhas? Então temos de pregar com camisas de malha com dizeres grafitados, como “Jesus rules!“. Ritos e cerimônias são coisas velhas? Então temos de abolir qualquer forma de liturgia. As teologias pregadas não mudam desde a época de Lutero e Calvino? Então temos de inventar bobagens novas como a Teologia Relacional porque, afinal de contas, como teólogos do século 16 poderiam estar certos? Nada disso, certos somos nós, para quem love wins. E fico imaginando Jesus vendo tudo isso e lembrando: “Eu sou o mesmo ontem, hoje e serei para sempre”. As pessoas e os tempos mudam? Claro! Mas a essência humana é igual desde Adão e é na essência do homem que o Evangelho age, não na sua cultura temporal.

Jovem, você não tem de reinventar o Evangelho. Ele está aí, prontinho, há 2 mil anos, num livro chamado Bíblia. O conteúdo desse livro não mudou em nada, nem seus ensinamentos. Ele é um presente de Deus para você. Se um pastor valorizar mais o papel de presente (ou seja, a forma como é apresentado) do que o presente em si, fuja dele. Busque uma igreja onde o velho é ensinado. Onde Deus continua sendo amor, mas também ira e justiça. Onde o cristão não tem que ter a cara de um skatista da moda para viver a fé.

Não tenha vergonha de ser diferente. A mensagem do Cristianismo é e sempre foi contracultura, ela nada na contramão, na direção oposta do mundo. Se alguém, mesmo um pastor maneirão da moda diz a você que você tem que participar das coisas do mundo como shows do Ozzy Osbourne… Ignore-o. Jesus disse em sua oração ao Pai em favor dos Seus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou“. Você está no mundo. Mas não é do mundo. Não se misture. Se o novo diz para você se misturar, corra para o velho. Para aquilo que já foi testado e aprovado pelo teste dos séculos e não para aquilo que tenta fazer de você uma cobaia de laboratório para novas experiências teológicas.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Extraído do blog "Apenas1" do @MauricioZagari

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um demônio pra chamar de meu.

by Abner Melanias

O ministro de louvor sai um pouco apressado da igreja. Poucos cumprimentos, míseros sorrisos. Alguns minutos antes, durante a ministração, ele conduziu quatro pessoas à salvação. A comunidade cristã aplaudia incessantemente. A música termina, a performance também. No carro, o silêncio é mortal. Do lado do passageiro, sua esposa inicia uma oração silenciosa. No banco de trás as crianças já sabem o que irá acontecer. Há também uma presença sombria dentro do carro, mas esta não pode ser vista por eles, apenas sentida.

As crianças são “trancadas” em seus quartos. Devem dormir. O aparelho de som é ligado: “Eu sou casa, lugar de Deus…”. Esse movimento é apenas para camuflar a briga que ocorre no quarto do casal. A mesma boca que louvou a Deus agora violenta sua mulher com palavras nada elogiosas. A presença demoníaca ri com a confusão criada.

[...]

Há, em nossos dias, uma perspectiva teológica que abarca a noção de que o demônio é uma projeção dos medos e inseguranças humanos. Influenciados principalmente por Freud, que a respeito de Deus afirmou algo parecido, são muitos os líderes e pastores que possuem essa ideia de um demônio imaginário, não por não crerem na bíblia, mas por aceitarem o iluminismo filosófico como matriz de suas concepções a cerca do mal, do diabo, do inferno.

Em contrapartida, muitos cristãos creem no demônio como força real a ser enfrentada numa realidade cada vez mais cruel. Não faço alusão aos telepastores e igrejas neopentecostais com seus demônios domesticados, mas sim aos evangélicos que levam sua vida cristã em conflito e guerra com essas potestades. Por mais absurdo que isso possa parecer, à quem usa da razão para discernir questões não facilmente explicadas, as forças do mal contra as forças do bem coexistem nas fronteiras do real.

O maior problema de admitir acreditar em forças sobrenaturais é cair na tentação de explicar o mundo por meio dessa ótica. Equivale dizer que, ou é problema do diabo ou foi Deus quem quis assim. A proposta é tão redutora que admite o poder demoníaco acima do de Deus, como se por trás de tudo (problemas financeiros, familiares, afetivos, psíquicos, etc) houvesse uma estratégia diabólica. Entretanto, esse argumento é tão raso que não produz sentido para quem não tem relação com qualquer tipo de fé. Vale ressaltar que demonizar outras religiões pode ser também ato estratégico do diabo (?!).

Como propor, então, um pensamento equilibrado acerca dessas questões? Porque é mais fácil crer nos dons espirituais do que nas intervenções demoníacas no dia-a-dia de um cristão?

Emilio Conde em “Pentecostes para Todos” propõe que deveríamos voltar ao Pentecostes, à fé apostólica, à fé que tudo pode, à fé que faz tremer o próprio diabo. Lembremos também que os conceitos religiosos na modernidade produziu discursos  promíscuos: um Deus pequeno que serve aos meus caprichos e interesses pessoais. Ir no contra-fluxo já não é uma opção, mostra-se uma necessidade.

Não à toa, vemos o papel de anjos e demônios sendo retomado nas artes de modo geral e nas práticas religiosas, de forma mais específica. Porém, fico com a afirmação de Paulo a respeito da soberania de Deus, em Atos 17.26: Ele é quem fixa os limites do tempo e os limites da habitação.

Enquanto estamos preocupados em resolver nossos problemas basilares esquecemos em contrapartida de milhares de outras pessoas que estão se perdendo em questões minímas, dentro de sua fé, sua igreja, sua espiritualidade. Ricardo Gondim afirma em “Artesões de uma nova História” que o grande problema que a igreja enfrenta é que as pessoas são salvas, libertas da escravidão do pecado, mas veem na salvação um fim em si mesmo. Por isso, faz-se necessário questionar: fomos salvos do quê? E qual a importância de proclamar nossa fé num  ambiente dominado por filosofias tão distantes das verdade bíblicas, isto é, da Verdade?

Em resumo, sim, o diabo existe. Porém, como criatura decaída que é, tem seu poder limitado sobre os homens, e no mundo existem limites que não podem ser ultrapassados por ele. Isto porque uma fé centralizada na pessoa de Cristo engloba a noção de que o mal não pode forçar ou coibir nossa liberdade conquistada com o sacrifício do Único que tem poder sobre os “pets” que alguns insistem em criar e chamar de “meu”.

[...]

O ministro de louvor sai do quarto enquanto as lágrimas de sua esposa caem no chão frio onde ela está ajoelhada, humilhada. O aparelho de som é desligado. As crianças já dormem. Algumas luzes são apagas. No sofá da sala de estar o ministro senta-se e, começa a folhear a bíblia, afinal precisa se preparar para a ministração de logo mais…

Extraído do site "Achando Graça"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

“Pare de sofrer” é uma frase bíblica.

By Maurício Zágari

Desde o surgimento da igreja neopentecostal, a frase ” Pare de sofrer” causa arrepios em qualquer cristão ortodoxo, que leve a Biblia a sério. Pois nós sabemos que uma igreja que pregue o Cristo que diz “aquele que quiser vir após mim tome sua cruz e siga-me” nunca diria que Jesus promete que você vai “parar de sofrer” nesta vida. Isso porque o Evangelho autêntico não nos promete apenas beneficios, mas sabe que seremos afligidos e exige de nós muitos sacrifícios. Afinal, dar a outra face, andar a segunda milha, orar pelos inimigos e perdoar quem nos faz mal não é pra qualquer um não, são exigências sacrificiais de um Deus que se sacrificou por nós. Diante disso, o que você, que busca a ortodoxia bíblica, falaria se eu dissesse que o lema da mais famosa igreja (?) neopentecostal, “Pare de Sofrer”, é uma frase 100% canônica?

Calma, calma. Antes que você ache que eu aderi a essa “igreja” neopentecostal e agora faço campanhas do óleo santo de Israel ou que frequento “cultos de milagres”, deixe-me explicar. Continuo tão ortodoxo, radical, dogmático e fundamentalista como antes – e, que me perdoem os moderninhos, mas não, esses termos para mim não são palavrões, não me ofendem nem um pouco. Pelo contrário, explicam conceitos teológicos claríssimos e nada antiquados ou ultrapassados que me orgulho de ter em meu cardápio teológico. Ou seja, Ortodoxo: continuo crendo na ortodoxia bíblica; Radical: continuo tendo minhas
raízes bem fincadas no terreno sólido da Palavra de Deus; Dogmático: continuo me guiando por dogmas bíblicos como Jesus sendo amor, a existência da Trindade e a pecaminosidade do homem; e Fundamentalista: continuo tendo meus fundamentos cravados na Rocha inabalável que é Jesus de Nazaré. Mas, esta semana, num dos meus momentos de leitura bíblica, percebi que parte da humanidade foi feita de fato para parar de sofrer. Não agora. Não ainda. Mas sim, podemos prometer “pare de sofrer” a todo aquele a quem convidamos mediante a proclamação do Evangelho para uma vida em Jesus. Mas atenção, muita atenção: é uma promessa com hora marcada.

Na verdade, deixe-me fazer uma correção. A humanidade não foi feita para parar de sofrer, foi feita para não sofrer. Adão e Eva desconheciam o sofrimento. Vem o pecado e com ele a dor e suas variações. Herdamos isso. Vivemos isso. Como consequência, somos obrigados a ralar no trabalho, sentimos dores no parto e colhemos espinhos e abrolhos. Ou seja: vamos sofrer. É a vida que nossos antepassados nos legaram, alea jacta est. É quando chega um pregador da Teologia da Prosperidade e diz que esse sofrimento que injetamos em nosso DNA espiritual pode ser anulado em vida. Só que não, lamento informar, não pode. Mas pode ser anulado na morte.

Em Apocalipse 7, a partir do versículo 14, a Bíblia promete o fim do sofrimento para “os que vêm da grande tribulação”: “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima“. Que linda promessa! Sim, mesmo aqueles que passarem pela maior das tribulações aqui na terra terão seus olhos enxutos pelo Rei dos Reis! Que impressionante! Que bela esperança. Sim, pararão de sofrer… só que na hora certa.

Ainda no livro de Apocalipse, no capítulo 21, versículos 3 e 4, vemos que o “pare de sofrer” é explícito: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram“. Parafraseando: “Vamos parar de sofrer quando as primeiras coisas passarem”.

Quando leio essa passagem, tudo o que desejo é me lançar com o rosto no pó e repetir no minimo umas cem mil vezes “obrigado, Senhor”. Se nós, cristãos, refletíssemos com um pouco mais de profundidade acerca do que as Escrituras dizem, nossa segurança ante as agruras da vida seria multiplicada à enésima potência.

O resultado prático da aquisição dessa consciência seria uma Igreja muito menos murmuradora, muito menos lamurienta e que carregaria em si a mesma certeza que os mártires da Igreja primitiva carregavam e que os fazia serem trucidados por feras selvagens ou sofrerem as piores torturas sem gemer: já já vamos parar de sofrer. Um passo após a morte e pronto: toda dor sumirá. Todo choro cessará. Toda aflição se extinguirá.


A todos os justos Jesus concedeu, por exemplo, uma escritura definitiva do que, imagino, será um belo imóvel. Essa é a melhor “campanha da casa própria” que uma igreja pode oferecer aos seus fieis: pregar Jesus. Pois Ele prometeu aos que disser “vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” o seguinte: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E. quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também“. Que promessa magnífica! Que certeza deslumbrante. Sim, a eternidade ao lado do Mestre nos promete a chave da casa própria. Mas é muito importante frisar: depois. Não ainda. Não agora.

Pare de sofrer. Essa promessa me remete a imagens de alegria e gozo. Que é exatamemte o que Ap 19.7 aponta: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro“. Ah, que casamento glorioso e indolor será esse! Aleijados, cegos, deprimidos, pobres, cancerosos, pacientes de hemodiálise, fibromiálgicos, aidéticos, torturados, assassinados, abusados sexualmente, espancados, vilipendiados, traídos, amargurados, bipolares, presidiários, desprezados, solitários, mal-amados e todo tipo de sofredor: todos reunidos numa grande celebração onde a única coisa que você não encontrará será justamente… sofrimento.

Sim, paradoxalmente essa é a mesma esperança do joio e do crente em Jesus: parar de sofrer. Só que o joio acredita nas falsas promessas de que o “pare de sofrer” aplica-se ao aqui e agora. Já o verdadeiro cristão sabe que nesta vida que é pura canseira e enfado (Sl 90.10) o que nos espera são dores, aflições e sofrimento, pontuados por momentos felizes. E que o “pare de sofrer” virá. Mas virá somente quando dermos aquele tão misterioso passo além do glorioso momento em que nossos olhos humanos se fecharem para sempre.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Extraído do blog "Apenas1" do @MauricioZagari

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cristo, nossa Vitória!

By Vinícius Musselman Pimentel e Yago Martins © Voltemos Ao Evangelho  voltemosaoevangelho.com e Cante as Escrituras canteasescrituras.com

Em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.  (Romanos 8:37)

Você não se sente encorajado ao ler estas palavras de vitória? Provavelmente, não existe texto bíblico melhor para falar disto do que Romanos 8. Vamos ver um pouco do que Paulo fala. Ele primeiro pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo?” e até dá algumas possíveis respostas: “Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (v. 35). Ele chega a declarar que os crentes, por amor a Jesus, enfrentam “a morte todos os dias”, sendo “considerados como ovelhas destinadas ao matadouro” (v. 36). Depois destas fortes declarações sobre sofrimento, Paulo vem com a bombástica declaração: “em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou [Jesus]” (v. 37). Por meio de Jesus, somos mais que vencedores “em todas estas coisas”. Preste atenção! Em todas estas coisas e não “por cima dessas coisas”. Ou seja, Paulo está falando que em Cristo Jesus somos mais que vencedores mesmo passando por tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou morte por espada.

“Calma aí? Como assim? Pensei que ser mais que vencedor era ter uma fé tão forte ao ponto de não passar fome, mas ter a abundância do Senhor; não ter angústia, mas viver uma vida confortável. Como assim Paulo? Isso parece mais derrota. Como somos vitoriosos em meio a tanta aparente derrota?”

Paulo declara que isso é “por que… nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (v. 38,39). Nossa vitória está no fato de o sofrimento de todos os dias não serem capazes de nos separar de Cristo, e não por estarmos isentos de aflições. Pelo contrário, Paulo nos diz que por amor a Jesus enfrentamos a morte diariamente.

“Mas… mas… Eu tenho ouvido pregações sobre vitória, cantado músicas que falam de sucesso e lido livros sobre ser um campeão que não vive uma vida sofrida. Me disseram que se eu tivesse fé suficiente eu seria rico e nunca ficaria doente. Eu sei, eu não sou rico e fico doente, mas isso é porque eu não tenho uma fé tão forte como a do profeta.”

Bom, eu acho que você vai concordar comigo que Paulo provavelmente era um homem de fé. Se você ler 2 Coríntios 11 o verá contando sobre sua vida e os sofrimentos que passou. Ele diz que levou varadas e pedradas, passou por três naufrágios, passou fome e sede e muitas vezes sentiu frio e estava nu. Será que Paulo se esqueceu de declarar que ele era mais que vencedor? Será que ele não teve fé para profetizar riquezas? Será que ele não seguiu algum princípio bíblico para uma vida plena? É óbvio que o problema não era em Paulo.

“Tudo bem. Mas Paulo era um apóstolo. Eu não preciso sofrer por Cristo, preciso?”

Lembra que Paulo disse: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias”. Será que você ama a Jesus ao ponto de considerar Ele como seu Tesouro mais preciso e abandonar tudo por Ele? Será que você valoriza Cristo como mais precioso que saúde e riquezas? O autor de Hebreus nos faz o seguinte convite: “Saiamos até ele, fora do acampamento [do conforto], suportando a desonra que ele suportou”.

Você está pronto, a por amor a Jesus, enfrentar a morte todos os dias, desprezando as riquezas deste mundo? Ou você vai, por amor ao dinheiro, usar Jesus como seu cheque em branco?

Quero convidá-lo a ser verdadeiramente mais que vencedor em Cristo Jesus, passando por todo tipo de sofrimento por amor a Ele, sabendo que nada jamais irá separá-lo do seu verdadeiro Tesouro: Jesus.

Extraído do blog "Voltemos ao Evangelho"


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os Illuminati e a Nova Ordem Mundial.

By Maurício Zágari

Uma coisa que me impressiona em nós, cristãos, é o fascínio que temos por teorias de conspiração. Somos o grupo de nossa sociedade que mais consome boatos, que mais acredita em complôs secretos, que mais fica procurando no Youtube vídeos que denunciem sociedades ocultas com suas agendas de dominação global. O número da besta, 666, está em cada mensagem subliminar e capa de CD. Ao mesmo tempo, isso faz de nós o grupo que mais perde tempo precioso com bobagens. Deixe-me de cara esclarecer uma coisa, antes que você pense que sou um infiltrado tentando desviar você do conhecimento oculto das realidades do mundo: não sou maçom. Não sou Illuminati. Não sou membro de nenhuma organização maligna que objetiva implementar o governo do anticristo. Também não sou satanista. O único corpo a que pertenço e em que acredito é a Igreja de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ah, sim, uma informação importante: quando criança fui escoteiro – e como dizem que após fazer a promessa do escoteiro nunca mais deixamos de ser, então posso dizer que ainda sou escoteiro. E só. Bem, tendo dito isso, vamos aos Illuminati e outras teorias conspiratórias.

Dei aula por nove anos em um seminário teológico das Assembleias de Deus, lecionando 4 matérias distintas. Imagine quantos alunos passaram pelas salas de aula em que ministrei. E algo que acontecia praticamente toda semana era algum deles me procurar para saber minha opinião sobre aquele último vídeo no Youtube sobre os Illuminati, sobre uma tal apostila que andou circulando para denunciar os símbolos ocultistas escondidos na nota de 1 dólar, sobre o testemunho do pastor a, b ou c que revela “os segredos da maçonaria”. Tive de ouvir e ver de tudo. Poucos me perguntavam “como posso ser um cristão melhor?” Ou “o que devo fazer para me aproximar mais de Deus?”. Mas sobre bobagens gospel… era toda hora um levantando o dedo.

“Bem, vamos discutir agora sobre o fruto do Espirito de Gálatas 5.22,23.,,”. “Tá, professor, mas antes de falar disso, qual sua opinião sobre os Illuminati?”. E a história se repetia.

Um dia um aluno me trouxe uma apostila que provava por “a” mais “b” que o Papa João Paulo II vai ressuscitar, arrebanhar as massas e se tornar o anticristo. Outra vez tive de ver um DVD do pastor que “prova” com argumentos “irrefutáveis” que a Disney é um império do mal. Sobre Xuxa, então, já ouvi de tudo, que ela se transmuta num demônio em rituais satânicos e que um ex-jardineiro cristão dela (que ninguém sabe quem é) viu isso acontecer. Supostas Mensagens subliminares em músicas tocadas ao contrário fazem um sucesso absurdo entre os cristãos – já me trouxeram gravações de backward masking (nome em inglês dessa técnica) em que ruídos como “Usndjcbfbdxvbshxnbxhnxn” eram interpretados como “Satanás vai vencer e quer te matar, cristão”. Sem falar no irmão que me pegou no corredor do seminário e queria me provar de qualquer modo que o inferno fica no centro da Terra (quando eu discordei ele perguntou com uma agressividade típica de apresentadores de TV evangélicos “o que você tem contra os teólogos”?!?!).

Sobre esse assunto tem ainda aquela história dos caras que enfiaram um microfone em uma broca, perfuraram o subsolo e gravaram os sons dos gritos das almas do inferno… que estaria no centro da terra (uma história que, aliás já foi exaustivamente comprovada como mentira, mas que volta e meia alguém traz à tona de novo). E não para por aí: tem o cidadão que escreveu livros sobre ser um ex-satanista que já fez dezenas de irmãos virem me perguntar se eu sei que o vice-presidente do Brasil é servo do Diabo e está ajudando a preparar a vinda do anticristo. Creia: já ouvi de tudo – lenda atrás de lenda.

E agora a moda são os Illuminati. “Zágari, e os Illuminati?”, me perguntam com uma frequência irritante. ” Os Ilumimati estão em cargos estratégicos do governo”, afirmam outros. “Os Illuminati querem implantar a nova ordem mundial”, batem pé terceiros.

Vamos à Bíblia?

Pois bem, vamos pôr o Youtube um pouco de lado, vamos deixar as empresas que criam esses vídeos e faturam milhares de dólares com a venda de seus DVD de lado e voltar os olhos para a Palavra de Deus. A Biblia fala da vinda do anticristo, dos últimos tempos, da grande tribulação, do número da besta, de tudo isso. Isso é verdade.

Conheço razoavelmente bem a Maçonaria, seu lado social e também metafísico, já tive conversas francas com maçons de alto grau. Sei o que é o satanismo, já escrevi reportagens sobre o “grande” satanista Alister Crowley, fundador da Igreja de Satanás, e pesquisei o assunto. Já analisei o movimento Wicca, o nome da moda da bruxaria (os “Harry Potter” da vida real). Fui a um seminário de “batalha espiritual” promovido por um famoso grupo que dá palestras e fatura uma boa grana com esse assunto, embora fale montes de besteiras não canônicas sobre coisas tipo mapeamento espiritual – eu inclusive “fui ministrado”, como eles dizem, sem que nada acontecesse. Não manifestei nenhum demônio. Ufa, que alivio, não estou endemoninhado.

E o que sei dos Illuminati? Muito pouco. Historicamente, sei que foi uma sociedade secreta fundada no século XVIII e que nos nossos dias seria uma suposta organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente. Seu objetivo, segundo os vídeos surreais que abundam no Youtube e que eu tive uma paciência de Jó para assistir (por amor a meus alunos) seria implementar uma Nova Ordem Mundial que, por sua vez, prepararia o terreno para a vinda do anticristo, sendo eles os cérebros por trás dos acontecimentos que levariam a ela. Ou seja: tudo o que sei são boatarias.

Há a possibilidade de haver grupos que propagam densas trevas sobre a Terra. E aí? Diante disso o que fazemos? A Igreja faz o quê? Cada cristão deve fazer o quê? Eu tenho a resposta a essa pergunta:

Nada.

“Como assim ‘nada’, Zágari, e a nova ordem mundial, e os Illuminati?!?!”. Que fazemos quanto a isso?

Bem, repare o que diz o texto das Escrituras: nosso olhar tem sempre que estar firmemente dirigido para o Senhor. Para a luz. E não para as trevas. Ao mesmo tempo diz que o foco do cristão deve ser Jesus, autor e consumador da fé. Querido irmão, querida irmã, eu e você que somos cristãos devemos fitar nossos olhos em Illuminatis, satanistas, maçons e outras organizações que podem – ou não – provocar sujeiras espirituais ou… em Cristo? Cristianismo versa sobre o quê?

O que ou quem devemos olhar firmemente? Deixemos que a Bíblia nos responda, em Hebreus 12.1,2: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus”. Mantendo nossos olhos firmes em Cristo nada nem nenhuma conspiração global importa. Esse é o cerne da questão que muitos não entendem. Onde a Luz brilha as trevas se dissipam. Simples assim. Pregue Cristo. Viva Cristo. E aí os Illuminati terão importância zero.

Ou seja: suponhamos que haja uma grande conspiração satânica em andamento no mundo. O que importa não é nada disso: importa Jesus de Nazaré.. Importa a sã doutrina. Importa proclamar o Cristo ressurreto e fazer discípulos. Importa glorificar Deus. Ficar discutindo essas coisas não nos leva a nada, não divulga o Evangelho, não soma, não acrescenta. Por isso eu fujo dessas discussões inócuas.


Voltemos ao Evangelho, à ortodoxia, à leitura, aos fundamentos da fé, à intimidade com o Criador dos Céus e da Terra. O verdadeiro Evangelho é puro e simples. É amar ao próximo como a si mesmo. Devemos continuar com o que realmente importa: uma devoção real ao Senhor, com oração, leitura da Palavra, meditação em versículos, demonstrações de amor ao proximo e tudo o mais que Jesus nos ensinou. Temos que focar no que é central na fé cristã e não nessas bobagenzinhas de Youtube.

Existe o culto a Satanás? Existe. Existe a Maçonaria? Sim. Há sociedades secretas não cristãs? Há. Contra esses a Biblia é clara: devemos orar e pedir que a Luz suplante as trevas. Nossa luta não é contra a carne ou contra sangue. Agora… Os Illuminati estão trabalhando para implementar a Nova Ordem Mundial? Não faço a mínima ideia.

Entao, o que temos de fazer é aquilo que sabemos: ir por todo o mundo levando a mensagem da Cruz, proclamando o Reino e fazendo discípulos.

Meu querido, minha querida, não percamos tempo com essas inutilidades.. A Bíblia é clara ao afirmar que nos últimos tempos viria o anticristo e faria barbaridades. Mas também afirma que no final Satanás e a Besta serão lançados no lago de fogo e enxofre e Jesus triunfará. O que mais precisamos saber? Se isso vai ocorrer por meio de uma sociedade secreta que promoverá o anticristo… glória a Deus! É sinal de que os novos céus e a nova terra se aproximam e que, passada a tribulação, veremos Deus face a face! Quer algo melhor? Que venham os Illuminati! Que venha o anticristo! Eu, sinceramente, estou cansado de viver neste mundo tenebroso e podre. Se a tal Nova Ordem Mundial representa o cumprimento das profecias bíblicas que apontam para a segunda vinda de Cristo, mal posso esperar por ela! Que venha o fim dos tempos! Que venha a glorificação de nossos corpos! Que venha finalmente o tão esperado dia em que entraremos na Sala do Trono e louvaremos o Senhor junto com a multidão celestial, dizendo: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos…”. Amém.

Mas, professor, e os Illuminati?

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Extraído do blog "Apenas1" do @MauricioZagari

A relação entre os Gremlins e a música evangélica.

By Renato Vargens

Na década de 80 houve um filme (veja vídeo abaixo) que fez grande sucesso entre a garotada. Gremlins é o seu nome! Bom, para os mais novos que nunca ouviram falar num Gremlin deixe-me explicar:

Os Gremlins eram bichinhos que se caracterizavam por duas maneiras: A primeira são os Mogwai, que seria o estágio infantil destes seres, no qual são quase inofensivos, e o segundo os Gremlins, que são muito perigosos. No filme existem algumas coisas que não podem ser feitos com um Gremlin. A primeira é que a luz não deve ser administrada diretamente a eles, pois a odeiam: não se deve dar a luz do sol, sob o risco de ser morto. A segunda é que eles nunca devem entrar em contato com a água, pois quando isso ocorre com um Mogwai, saem bolas de pelos de suas costas, e assim ele se reproduz, em cópias parecidas, porém, mais travessas proporcionando com isso enormes problemas.

Caro leitor, sabe que as vezes eu tenho impressão que alguns músicos evangélicos são como os Gremlins? Só que em vez de se multiplicarem tocando na agua, se multiplicam ouvindo música de péssima de qualidade. Ora, vamos combinar uma coisa? O que tem de música ruim sendo tocada nas Igrejas evangélicas, não tá no Gibi! Confesso que as vezes ao ouvir algumas dessas canções sinto vontade de chorar! Pra inicio de conversa as letras são horrorosas, a melodia pobre e o ritmo pra lá de brega, aí meu caro, a coisa complica não é verdade?

No filme de Hollywood a única coisa que podia EXTERMINAR os Gremlins era o brilho da luz do sol. Os bichinhos causadores da destruição alheia odiavam os raios solares.

Prezado amigo, sabe de uma coisa? Da mesma forma que a luz trouxe libertação àqueles que sofriam os ataques dos bichos da maldade, tenho impressão que a única coisa que pode acabar com essa onda de terror na musica evangélica brasileira é a iluminação das verdades cristãs mediante a exposição das Escrituras.

Isto posto, pelo bem da igreja e pela saúde dos nossos ouvidos, voltemos a Palavra e cantemos as Escrituras!

Soli Deo Gloria!

Renato Vargens



Extraído do blog do Pr Renato Vargens

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pastor: isto é de Deus ou do diabo?

 

 



By Carlos Moreira

Talvez daqui há alguns anos eu escreva um livro só com as “pérolas” que ouço semanalmente no gabinete pastoral. Já pensei até no título: “Confissões & Confusões”.

A bem da verdade, uma das atividades mais desgastantes da vida de um ministro do Evangelho é o aconselhamento. Digo isto porque é impossível ouvir os dramas e dores das pessoas sem, de alguma forma, não se envolver com eles.

Mas a “escuta terapêutica” vem desaparecendo, gradativamente, das funções dos ministros ordenados e isto, para mim, tem um único motivo: escutar pessoas requer um investimento grande de tempo e, “desgraçadamente”, não gera dinheiro. Por isso, muitos pastores têm optado em fazer um curso superior de psicologia, pois aí podem cobrar pelo atendimento profissional.

Pois bem, esta semana eu me vi diante de uma situação muito freqüente quando ouço pessoas: a suposta “obrigação” de ter de dizer ao indivíduo se ele deve ou não fazer algo. Concretamente, a questão me foi posta da seguinte forma: “pastor, depois de ter ouvido tudo o que eu disse, me responda sinceramente: isto é de Deus ou do diabo?”. “Bem”, respondi, “nem de um nem do outro, muito pelo contrário!”.

E prossegui... “Meu amigo, eu não sou feiticeiro, nem adivinho, não possuo bola de cristal, não jogo búzios, nem leio cartas. Portanto, não estou aqui para lhe dizer como será o amanhã nem muito menos para lhe dar uma “profetada”. Posso sim lhe ajudar a refletir sobre alguns “cenários” possíveis, e isso a partir de suas escolhas. Mas saiba: a decisão final será sempre sua e somente sua”.    

E continuei... “Outra coisa que preciso lhe esclarecer é que nem tudo na vida se resume a ser de Deus ou do diabo. Na verdade, a maioria das coisas são “do homem”, ou seja, ganham materialidade a partir da projeção das “sombras” que existem em nós, pois, segundo Tiago: “cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar... pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites””.

De forma objetiva, o que quero aqui esclarecer, é que a tradição cristã, infelizmente, está impregnada deste tipo de pensamento que nada mais é do que o dualismo grego. Foi a partir da influência desta filosofia que a existência acabou sendo reduzida a algo binário: zero ou um. Em outras palavras, tudo passou a ser ou de Deus ou do diabo.

O Dualismo grego é uma espécie de dialética hegeliana sem a síntese, ou seja, ele só tem tese e antítese. Separa o físico do metafísico, o sensível do espiritual, o bem do mal, a unidade da pluralidade.

Muitas destas idéias estão centradas em Platão, pois, para o filósofo, o mundo estaria dividido em duas esferas: a superior e a inferior. O nível mais elevado consistia das idéias eternas. O nível mais baixo era formado pela “matéria”. Esta, por sua vez, era temporal, física e imperfeita. 

É por este motivo, por exemplo, que Platão localiza o trabalho no reino inferior. Para ele, existia um reino espiritual separado e distinto do reino físico. Por isso, quanto mais espiritual a pessoa fosse, menos ligado à matéria estaria. No dualismo grego, o ambiente profissional era “carnal”, pois tratava das “coisas terrenas”, tais como o dinheiro.

Agora uma pergunta: você já viu este tipo de “pensamento” presente na igreja? Mais é claro que sim! O que você talvez não saiba é sua origem. Então vamos “mergulhar” na história...  

A partir do século IV, a cosmovisão cristã começou a sofrer forte influencia do neoplatonismo, desenvolvido por Plotino. Tratava-se de uma doutrina que preconizava, dentre outras coisas, o abandono do mundo material para que o espírito pudesse unir-se a uma “entidade superior”.

Pois bem, a “porta de entrada” do neoplatonismo no “pensamento cristão” se deu através de um de seus mais ilustres representantes: Santo Agostinho. O bispo de Hipona foi, talvez, o principal responsável pela adaptação das idéias de Platão de tal forma a que elas pudessem servir como argumentação filosófica para a apologética da fé cristã.

Um dos desdobramentos desta tradição, durante a idade média, impunha aos clérigos a necessidade de atestar sua espiritualidade através de votos de pobreza, de castidade e de obediência. Era a negação dos “elementos” do “reino inferior” com vistas a se alcançar uma “espiritualidade elevada”, ou seja, era a ataraxia estóica grega simbiotizada com a fé judaico-cristã.  

Agora quero lhe fazer uma proposta: olhe para a vida com estas “novas lentes” e, talvez, você comece a perceber que o dualismo não tem nada a ver com o Evangelho. Essa separação de mundo espiritual do mundo material é pagã, e não cristã. É dela que surgem conceitos tais como: "coisas de Deus" e "coisas do diabo"; arte sacra e arte profana, música gospel e música do mundo, coisas espirituais – orar, jejuar, pregar – e coisas carnais – trabalhar, se divertir, se exercitar.  

Fico feliz em saber que a proposta de Jesus é de resssignificação de minha consciência de tal forma a que eu encarne os valores e verdades do Reino. Deus é soberano sobre tudo, tanto o que é natural quanto o que é espiritual, pois, para Ele, trata-se de uma coisa só. Por isso, o que sei é que devo ser santo, como santo é o Senhor, tanto na faculdade quanto na igreja, tanto no trabalho quanto na reunião de oração, tanto do campo de futebol quanto na escola dominical!

E saiba: nem tudo é “coisa do diabo”, como também nem tudo é “coisa de Deus”. Há, pois, “coisas que são do homem”, ou seja, escolhas e decisões que são tomadas no chão da vida e que trazem, por si mesmas, as suas conseqüências, seja para o bem, seja para o mal.

Na parábola do “Bom Samaritano” o caminho era um só, e todos iam por ele: tanto os salteadores quando o transeunte agredido, o levita, o sacerdote e o samaritano. A única diferença era a forma como cada um deles caminhava. Por isso, nunca se esqueça: o Caminho está dentro do caminho...
Lido no Genizah - Carlos Moreira escreve no Genizah e na Nova Cristandade.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Deus é perverso.

By Maurício Zágari

Durante muitos e muitos séculos, um conceito fez parte indissociável do Evangelho: somos todos pecadores, miseráveis, desgraçados, caídos e carecemos desesperadamente de Jesus para não gastarmos os trilhões de anos que virão após nossa morte no inferno e sim na companhia do Senhor. Isso sempre foi óbvio na mente de cada cristão, não tinha nem o que discutir. E a culpa disso sempre foi do homem, nunca de Deus. Pior: para muitos, ainda era preciso ser muito bom e caridoso e, em casos extremos, em certas épocas da História, o sofrimento e a autoflagelação foram considerados necessários para purgar os pecados desta vida e abrir as portas do Céu. Hoje, em nossos dias, isso mudou. E como mudou!

Uma enorme parcela da Igreja quer viver o Evangelho como se fosse um resort, com uma vida relaxada, “numa nice”, como dizia a gíria da década de 70, “sem estresse”, “tranquilis”. Deus passou a ser visto não mais como o Justo Juiz, mas como aquele que “sacia-me”, que “restitui, pois eu quero de volta o que é meu”, (músicas que alguém devia proibir de serem cantadas em igrejas) que passa a mão na nossa cabeça e, complacentemente, sorri diante dos nossos maiores pecados e fala: “Deixa de ser bobo, menino, relaxa, para de sofrer, errar é humano. Toma aqui a minha graça. Tá tudo de boa”. Mas a realidade bíblica é bem mais severa do que essa imagem popular e falsa.

Deus é o mesmo ontem, hoje e será para sempre. Ele não mudou nem vai mudar. A exigência de santidade que tinha no primeiro século, quando disse “vai-te e não peques mais” é a mesma de hoje. Infelizmente, a cultura cristã do século XXI construiu a imagem de um Deus tão gente fina que atualmente falar em punição, inferno, julgamento, juízo, exigências e outras realidades totalmente bíblicas faz muitos se arrepiarem – quando não te olham como um ET e acham que você está falando um idioma desconhecido. E se não te chamarem de “fariseu” por defender que “faz o que tu queres pois é tudo da lei” não é uma ideia canônica. E quando falo “muitos” me refiro a Pastores e ovelhas.

Se pregamos que Deus exige obediência aos Dez Mandamentos, que temos de abdicar daquilo que nos é conveniente por amor a Ele, que precisamos fazer qualquer coisa que exija esforço… Somos logo acusados de forjar um Deus mau. Um Deus que não tem graça. Um Deus legalista. Um Deus fundamentalista. Na cabeça de grande parte da Igreja, o Senhor tem uma venda nos olhos chamada “graça” que nos permite seguir o rumo que quisermos e descumprir o que a Biblia ensina, desde que digamos “Jesus Cristo é o Senhor”. Aí tá tudo beleza.

O que muitos não se dão conta é que Deus não pede para cumprirmos Seus mandamentos. Como diz o nome, eles são man-da-men-tos. São ordens. São exigências. Inegociáveis. Deus quer, Deus estipula e Deus determina. A nós cabe obedecer. Só que muitos acham que um Deus bom, um Deus que é amor, jamais diria “não pode”. Mas o texto das Escrituras mostra dezenas de vezes Jesus de Nazaré proibindo e condenando atitudes. Ou seja: não pode! Quando Jesus diz “vai-te e não peques mais”, o que Ele está dizendo é “te perdoei. agora não faça mais aquilo que não pode”. Sim, Deus tem padrões morais, éticos e de conduta e tudo o que vai contra eles, lamento informar… não pode.

Caetano Veloso é quem diz “É proibido proibir”. Na Biblia essa filosofia não existe. Divórcio? Ah, Deus entende. Palavreado torpe? Tranquilo, Deus é dez. Consumo de músicas, programas de TV e filmes anticristãos? Coisinha de nada, seu legalista. Glutonaria? Ahn, isso é pecado? Olhar de modo lascivo para homens e mulheres? Qual o problema, olhar não tira pedaço. Disseminar discórdias sobre a autoridade eclesiástica e a membresia? Bah, hierarquia na Igreja não existe, e o sacerdócio universal dos santos? E por aí vai. Nós cometemos pecados que do ano 30 da era cristã até mais ou menos 1970 fariam qualquer cristão se arrepiar, cobrir-se de cinza e vestir-se de saco e transformamos numa prática justificável – afinal, a graça de Deus taí pra aliviar qualquer parada, não é isso?

Deus é amor. Deus tem graça. Mas o mesmo Deus é severo e odeia o pecado. Odeia. Quando José é convidado pela esposa de Potifar para fazer sexo, José diz “mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39.9). Repare: José não diz que o pecado é contra si próprio, contra ela ou mesmo contra o que seria o marido traído: é contra Deus.

Mas aí nós, que somos de uma geração que tem a mente encharcada por ideias antibiblicas de pensadores como Bultmann, Nietzsche (foto), Sartre, Freud e tantos outros que questionaram, dilaceraram, remodelaram e relativizaram o Evangelho, carregamos influências confusas. que em nossas mentes e em nossos corações esculpem um Deus que, se exige algo de nós – como, por exemplo, obediência, santidade, arrependimento ou contrição – é mau, perverso, farisaico. Só que, com isso, a luz de Cristo deixa de iluminar o caminho para a salvação e passa a ser um vaga-lumes que encanta poetas e faz cristãos que estão em pecado se acharem confortáveis na escuridão de suas transgressões.

Eu peco todos os dias. Alguns desses pecados são muito cabeludos. Não teria coragem de confessá-los a Deus de cabeça levantada. Faço coisas que me fazem fitar o chão e ter vergonha de me chamar de “cristão”. Sei que tenho um advogado junto ao Pai, sei que a graça de Deus me redime mediante o meu arrependimento, sei que toda vez que como as bolotas dos porcos o Pai me espera com um anel para o dedo e um novilho cevado para nos banquetearmos. Sei de tudo isso. Você também sabe. Mas o que nunca podemos perder de vista é que quem semeia corrupção na carne colhe corrupção na carne. Que um dia todos daremos conta de tudo o que fizemos e falamos. Que nossas ações geram consequências.

E a maior de todas essas consequências é que, como Deus não é mau, cada vez que pecamos achando que Ele vai sorrir e Sua graça vai resolver tudo, nós na verdade o estamos entristecendo, magoando, machucando. A graça de Deus não impede que o Senhor sinta a dor da nossa desobediência. A cada pecado nosso, torturamos Deus. Maltratamos Jesus. Eu já cometi pecados hediondos e, confesso a você, após a minha conversão. O velho homem veio à tona. E me cubro de cinza e pó por causa disso, com as entranhas rasgadas pelo meu arrependimento, desgraçado que sou, filho ingrato de um Pai amoroso. Que Ele tenha misericórdia da minha alma.

Nós consideramos os judeus que armaram contra o Cristo homens perversos. Detestamos Caifás, Pilatos, Judas, os fariseus e os soldados romanos. São gente ruim, que fizeram mal ao Bom Pastor, ao manso Cordeiro. E, no entanto, fazemos com Ele diariamente as mesmas coisas. Impomos sobre Ele o sofrimento e a dor de saber que aqueles por quem tanto sofreu o estão desobedecendo e impondo-lhe mais sofrimento – se não no corpo, no coração. E. se isso por si só não bastasse, em vez de reconhecer nosso pecado o justificamos usando como desculpa logo… a graça do Senhor.

Deus não é perverso. Eu sou. Você é. Nós, cristãos falhos e equivocados, somos. Que pelo menos tenhamos a hombridade de reconhecer isso. E parar com essa mania de achar que, se Deus nos diz que não podemos fazer coisas que ferem a Sua santidade, isso o torna alguém mau. Não. Isso faz dEle alguém justo e coerente.

Deus não tem que se amoldar a seus desejos, vontades e crenças. Eu e você é que precisamos conhecê-lo bem, por meio da Bíblia, para saber exatamente quais são os desejos e as vontades DELE. E assim tomarmos vergonha na cara e começarmos a fazer o que é certo. Isso não é legalismo. Isso não é fundamentalismo. Isso não é biblicismo. Isso não é farisaísmo.

Isso é Cristianismo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Extraído do blog "Apenas1" do @MauricioZagari

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Engano da Teologia da Restituição e do direito do crente.


 
 
"Restitui! Eu quero de volta o que é meu!"  
 
Esta frase extraída de uma canção "evangélica" me faz lembrar a petulante atitude do Filho Pródigo quando disse: "Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe". E quão diferente não foi a atitude deste mesmo filho, que, anos mais tarde, arrependido, apresenta-se diante do pai com o coração quebrantado, humilde, e nada reivindica, pois, agora, está consciente de não possuir direito algum diante do pai. Observe que ele nem mesmo se sente digno de ser tratado como filho. Ele confessa o seu pecado e passa a contar apenas com a misericórdia do pai.
 
Nem o Filho Pródigo e nem Jó em seus momentos de angústia cantaram ou clamaram algo parecido com: "restitui, eu quero de volta o que é meu". Quando Jó perdeu tudo, ele exclamou: "O Senhor deu, o Senhor levou, bendito seja o nome do Senhor". Jó, mesmo sendo considerado uma pessoa justa, sabia que tudo na vida era uma dádiva e que nada era dele por direito. Não considerava nada como sendo realmente seu, pois sabia que tudo pertencia ao Senhor.
 
Pensando bem, se o salário do pecado é a morte, então, o que os pecadores teriam de fato por "direito" seria a morte. Por isto, o profeta Jeremias diz que as misericórdias do Senhor são o motivo de não termos sido consumidos (Lm 3:22). E diz mais ainda em 3.39: "Do que se queixa o ser vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados".
Clamar a Deus: "Restitui! Eu quero de volta o que é meu!" soa tão arrogante quanto a oração do fariseu que se sentia cheio de direitos diante de Deus. Jesus diz que tal prece foi ignorada por Deus, enquanto a humilde oração de arrependimento do publicano pecador achou graça aos olhos de Deus (Lc 18.14).
 
Pois sabemos que "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tg 4:6). É neste sentido que as crianças nos servem como modelo, não por sua inocência, mas por sua incompetência. As crianças estão de mãos vazias, não têm passado e não possuem uma folha de serviços prestados para apresentar como base de suas pretensões e reivindicações de direitos.
 
Elas são pobres de espírito. Como crianças se tornaram o Profeta Isaías que, consciente de não poder subsistir diante de Deus na base de seus próprios méritos, clamou por misericórdia, dizendo: "Aí de Mim…" (Is 6); João Batista que disse não ser digno de desatar as sandálias de Cristo (Jo 1.27), o centurião, que disse não ser digno de que Cristo entrasse em sua casa (Mt 8.8), o publicano que quando orava, "não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!" (Lc 18:13); o Filho Pródigo, que disse não ser digno de ser chamado de filho (Lc 15.19), o cego de Jericó, que mendigava e clamava por misericórdia (Lc 18.35s); a mulher sírio fenícia, que não se sentia digna de comer à mesa dos filhos, mas que se satisfaria com as migalhas que caíssem da mesa do Senhor (Mt 7.26s); Pedro, que prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador (Lucas 5:8); Paulo que disse ser o maior dos pecadores e indigno de ser chamado Apóstolo (1Co 15.9); e tantos quantos reconhecerem sua indignidade, sua incompetência, sua inadequação, e, pobres de espírito e desprovidos de qualquer pretensão e noção de direito, se apresentaram de mãos vazias diante de Deus esperando por sua misericórdia e graça.
Jesus disse aos líderes religiosos dos judeus que estavam confiantes em sua noção de direito decorrente do fato de serem descendentes de Abraão: "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão" (Lc 3:8).
 
Não devemos, portanto, nos apresentar diante de Deus reivindicando o que quer que seja na base de um pretenso direito. Tal idéia é um atentado ao Evangelho da Graça. Graça é dádiva imerecida. Portanto, não temos direito a nada, pois tudo o que recebemos das mãos de Deus é resultado de sua amorosa graça. Aprendamos, portanto, a orar com o Profeta Daniel: "não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias" (Dn 9:18).
 
Vemos nesta canção também um outro vento novo de doutrina, que está sendo denominada, teologia da restituição. Baseado em Joel 2.25, está sendo ensinado que tudo o que nos foi roubado pelo diabo, estará sendo restituído por Deus: "Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros." Mas o próprio versículo deixa claro que este exército de gafanhotos não foi enviado pelo Diabo, mas, sim, por Deus, com intuito de disciplinar, corrigir e ensinar seu povo. Outro problema também é atribuirmos ao diabo os nossos infortúnios e nos esquivarmos de nossa responsabilidade pessoal.
 
É interessante notar que, diante deste quadro, o profeta Joel não conclama o povo a um clamor de restituição, mas, sim, a um clamor de arrependimento (2.12-15). Corações quebrantados, contritos e humildes nunca são rejeitados por Deus: "Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus" (Sl 51:17; Ver também: Is 57.15 e 2 Cr 7.14).
 
Quando Deus promete restituir, isto se deve a sua misericórdia e graça e não a qualquer espécie de obrigação, pois Deus nada deve ao ser humano, mas somos nós quem lhe devemos tudo. Pois "quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rm 11.35,36).
 
Estudo enviado pela igreja Metodista.
(recebi por e-mail)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Adoradores da Arca da Aliança.

By Renato Vargens

Há pouco estive numa grande igreja no Rio de Janeiro que criou uma sala de oração cujo utensílio principal era uma réplica da Arca da Aliança. Numa outra comunidade cristã, encontrei junto ao púlpito outra réplica da Arca, onde os crentes em Jesus eram desafiados a depositarem suas ofertas especiais. Noutra ocasião, soube de uma igreja que colocou na sua liturgia, o momento mágico onde os "levitas"entrariam no templo com a Arca de Deus debaixo de muitos gritos e aplausos.

Pois é, virou moda isso. O pior é que essa galera acredita que as réplicas da Arca de Moisés são a "personificação"do próprio Deus.

Caro leitor, sinceramente acho que esse pessoal tá usando algum tipo de alucinógeno. Ora, vamos combinar uma coisa? Aonde na Novo Testamento Cristo ou os apóstolos nos incentivam a construir réplicas da arca? Em que lugar das Escrituras encontramos base teológica para a construção e veneração de símbolos judaicos?

Prezado amigo, como já escrevi anteriormente não existem pressupostos bíblicos para que a igreja de Cristo, queira “recosturar” o véu do templo. Sinceramente essa história de cristianismo judaizante já está passando dos limites. Se não bastasse a rescontrução da Arca da Aliança por algumas igrejas, o uso do shofar e do kipá por outras tantas mais, eis que surge alguns loucos pregando a circuncisão, a restauração das festas judaicas, a guarda impreterível do sábado, além de incentivarem os crentes a buscarem ligações genealógicas com o povo israelita para que possam obter nacionalidade judia, entre outras coisas.

Para pirorar a situação existem igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar em terra santa. Soma-se a isso, o fato de que os cristãos judaizantes chamam Jesus de Yeshua Hamashia e o Apóstolo Paulo de Rabino Paulo, fazendo dos ensinamentos paulinos manuais judaicos de comportamento.

Essa gente perdeu a noção das coisas. Os caras estão viajando na maionese. Chamar Paulo de Rabino é uma verdadeira sandice! Por favor, pare, pense e responda: Em algum momento nas Escrituras Paulo se intitula Rabino? Em suas Epístolas o encontramos assinando como rabino? Em algum momento o vemos defendendo o seu "rabinato"? Ora, definitivamente essa galera enlouqueceu! Lamentavelmente esse pessoal está fabricando um evengelho altamente judaizante que em muito se contrapõe ao Evangelho de Cristo.

Que Deus tenha misericórdia do seu povo!

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação”. (Gl 5:10)


Extraído do blog do Pr Renato Vargens
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