terça-feira, 23 de agosto de 2011

Devemos ungir com óleo?


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Introdução

Hoje em dia, muitos tem ungido com óleo buscando curar doentes e consagrar objetos e pessoas ao Senhor. O objetivo deste artigo não é gerar confusão ou críticas, mas buscar agradar ao Espírito Santo obedecendo às verdades das Escrituras. Por favor, não use este texto em seu intelectualismo hipercrítico pecaminoso, mas em amor corrija seu irmão. Também, não é o alvo deste um detalhamento completo sobre o uso do óleo, principalmente no Antigo Testamento, mas questionarmos o uso dele no Novo com o que é feito atualmente.

Transcrevo abaixo parte do estudo do Pr. Eduardo Dantas[1] sobre o mesmo assunto, o qual nos dará uma boa base para prosseguirmos:

1. A ORIGEM DO ÓLEO

Leia (Êx 30.22-33) observamos que Deus estava estabelecendo as primeiras diretrizes para o seu povo que libertara do cativeiro no Egito e que colocara em uma peregrinação em direção à terra prometida. Estava estabelecendo mandamentos para o culto de um modo geral.

Dentre os mandamentos estava o de que fosse preparado um óleo que foi chamado de óleo sagrado da unção. Era um preparado específico que tinha uma fórmula específica ditada pelo próprio Deus a Moisés e não era, de maneira alguma, somente o óleo da oliveira ou azeite. Era, também, uma fórmula que não poderia ser copiada por ninguém sob pena de ser banido do povo de Deus. O óleo da unção tinha objetivo definido e era o de santificar os elementos do culto, de consagrá-los completamente para Deus, de tal maneira que quem tocasse em algum dos objetos consagrados se tornaria Santo (Vers 29). Mas havia uma proibição: o óleo da unção não poderia, de maneira nenhuma, ser aplicado sobre o corpo de alguém e somente os sacerdotes poderiam ser ungidos com o óleo (Vers 32,33).

2. UNÇÃO DE PESSOAS

2.1 Unção de Reis – Os reis eram ungidos como libertadores para o povo de Israel e para governar sobre o povo como seu pastor: “Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo; porque o seu clamor chegou a mim.” (I Samuel 9:16)

2.2 Unção de Sacerdotes – Deus instruiu Moisés a ungir sacerdotes, de modo a consagrá-los e reconhecê-los como pessoas separadas para servir a Deus através do sacerdócio. Os sacerdotes julgavam sobre as diferenças entre as pessoas do povo, faziam expiação, santificavam o povo perante Deus, ouviam confissões de pecados, eram a ligação entre o povo e DEUS.

2.3 Unção de profetas – O ofício profético era estabelecido pelo ato da unção: “O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.” (Isaías 61:1-3 )

Não há uma descrição clara nas Sagradas Escrituras sobre como, ou qual, seria o ritual para a unção de profetas, mas, este fato está razoavelmente estabelecido através do texto de Isaías acima citado.

Diante desses textos acima, concluímos que Cristo cumpriu essas 3 unções de Profeta, Rei, e Sacerdote. Profeta: ao anunciar as Boas Novas, Rei: como Libertador do povo e Rei do universo, e Sacerdote: em fazer a ligação entre o povo e Deus.

3. TIPOS DE ÓLEO

Existem alguns tipos de óleo usado na bíblia para diversos fins tais como:

3.1 Unguento – Gordura misturada com perfumes especiais que lhe davam características muito desejáveis. Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas:

“E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11:2)

Também como era utilizado no cuidado pessoal com o corpo, pois, é um excelente hidratante:

“Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas.” (Daniel 10:2-3)

“Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3:3)

3.2 Óleos curativos – O óleo tem poderes curativos, permitindo amolecer feridas e purificá-las. O óleo quando misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos poderosos para vários males. Não é de surpreender que os médicos em Israel tivessem desde tempos antigos conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no processo curativo de doentes.

“Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo.” (Isaías 1:6)

“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lucas 10:34)

3.3 Unguento fúnebre – Este unguento era utilizado na preparação do corpo para o sepultamento, como parte de um processo de embalsamamento:

“Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento.” (Mateus 26:12)

“E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.” (Lucas 23:55-56)

Os termos no grego para ungir do Novo Testamento

Antes, de prosseguirmos, quero mostrar um distinção feita pelo Novo Testamento com relação ao “ungir” que em muito nos ajudará. Isto é, há dois termos no grego para “ungir”:

- aleipho (218 αλειφω) de 1 (como partícula de união) e base de 3045; TDNT – 1:229,37; v
1) ungir
Sinônimos ver verbete 5805
- chrio (5548 χριω) provavelmente semelhante a 5530 pela idéia de contato; TDNT – 9:493,1322; v
1) ungir
1a) consagrando Jesus para o ofício messiânico e concedendo-lhe os poderes necessários para o seu ministério
1b) revestindo os cristãos com os dons do Espírito Santo
Sinônimos ver verbete 5805
- 5805 – Sinônimos
218 – é a palavra comum e mundana para ungir
5548 – é a palavra sagrada e religiosa para ungir[2]
Há ainda o termo chrisma, mas o mesmo advém do termo chrio:
- chrisma (5545 χρισμα) de 5548; TDNT – 9:493,1322; n n
1) qualquer coisa untada, ungüento, geralmente preparado pelos hebreus com ervas aromáticas e óleo.
Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes[2]
Ou seja, há um termo comum e mundano (aleipho) para ungir e um termo sagrado e religioso (chrio e chrisma). Por mundano não entenda pecaminosa, mas corriqueiro e habitual, como fins medicinais, estéticos ou funerário.

O uso do óleo

Dito isto, consideremos quatro questões sobre o uso do óleo:

1) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo na consagração de ministros

Mas somente a imposição de mãos – considerada pelo autor de Hebreus como “rudimentos da doutrina de Cristo” (Hebreus 6:1,2)

“E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.” (Atos 6:5-6)

“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.” (Atos 13:2-3)

“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos [para o ministério], nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.” (1 Timóteo 5 : 22)

Alguém pode argumentar que isso era feito no Velho Testamento e teremos que concordar. Contudo, estamos na Nova Alianças e as leis sacerdotais não mais vigoram, pois temos um novo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de Arão (Hebreus 7:11). A unção com óleo nos tempos antigos foi realizada como simbologia para nossa esperança (Romanos 15:4) em dois sentidos

(i) Cristo foi ungido pelo Pai como nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o Espírito Santo e com virtude.

Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu [chrio] com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. (Hebreus 1:9)

O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu [chrio] para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração (Lucas 4:18)

Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste [chrio], se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; (Atos 4:27)

Como Deus ungiu [chrio] a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. (Atos 10:38)

Esse é um motivo para grande alegria! Deus ungiu seu Filho para nos libertar. A unção do Filho está diretamente relacionada a nossa Salvação! Nós temos Aquele que foi ungido diretamente por Deus Pai como Rei, Profeta e Sacerdote.

(ii) Cristo e o Pai, em graça divina, nos tornaram participantes da unção de Cristo nos dando igualmente o Espírito, como também nos tornando reis e sacerdotes diante dele.

Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. (2 Coríntios 1:21,22)

“E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.” (Apocalipse 1:6)

Não precisamos de nenhuma unção [chrio] de homens, pois já fomos ungidos por Deus. O que nos leva ao próximo ponto.

2) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo no Batismo do Espírito Santo

Como vimos anteriormente, a simbologia do óleo e do Espírito do Antigo Testamento foi cumprida em Cristo e em nós quando recebemos o mesmo. Não precisamos ser ungidos com óleo, pois o verdadeiro Óleo, o Espírito, foi derramado sobre nós.

Vemos nos relatos de batismo com o Espírito Santo somente o uso de imposição de mãos:

“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo.” (Atos 8:17)
“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.” (Atos 19:6)

Outro texto que pode nos auxiliar neste quesito é 1 João 2:20,27:

E vós tendes a unção [chrisma] do Santo, e sabeis tudo.[...] E a unção [chrisma] que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção [chrisma] vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. (1 João 2:20,27)

Este texto mostra que nós, todo e qualquer verdadeiro cristão nascido de novo, tem hoje a unção do Santo, o Espírito, porque já a receberam no passado. Vale lembrar que o termo usado para unção échrisma (Unção era a cerimônia inaugural para os sacerdotes) que provem de chrio que é o termo sagrado e religioso para ungir.

A consequência desta verdade é que não devemos ungir ninguém para “capacitar para o ministério”, porque todo cristão já tem a unção, que é o Espírito, que o capacita.

3) O Novo Testamento não prescreve unção com óleo com o termo religioso e sagrado para curas físicas

Há no Novo Testamento dois episódios que relacionam doenças, cura, ungir e óleo e ambas usamaleipho, o termo com sentido corriqueiro.

E expulsavam muitos demônios, e ungiam [aleipho] muitos enfermos com óleo, e os curavam. (Marcos 6:13)

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o [aleipho] com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (Tiago 5:14,15)

O termo aparece 8 vezes no novo testamento (Mt 6:17; Mc 6:13; 16:1; Lc 7:38,46; Jo 11:2; 12:13; Tg 6:14). Leia os textos se deseja comprovar o uso corriqueiro.

Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou milagrosa, mas a conotação médica explicada no artigo do Pr. Eduardo Dantas. Contextualizado os versículos para os dias de hoje seria algo como: “eles davam o remédio e oravam com fé e Deus curava o enfermo”. Isto significa que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só pela saúde espiritual ou pelas questões espirituais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a “oração de fé”.

Apesar, do termo “oração de fé” dar outro artigo quero fazer uma breve consideração sobre o assunto.

a) O que é Fé

Um dos enganos que as pessoas tem atualmente é não saber o que é fé. Coloca-se fé na fé e não fé em Deus. Fé é confiar em Deus, no Seu poder e na Sua vontade e não em nossa própria capacidade de confiar em Deus. Orar com fé não é orar com poder é orar confiante no poder de Deus. Observe que Tiago fala do profeta Elias, que “era homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Ou seja, o enfoque não é nossa capacidade ― estamos sujeitos à paixões e falhas ― mas na capacidade de Deus.

b) Óleos, remédios e Fé

Tendo em mente o que realmente significa fé, o perigo de focar na sua fé, no óleo ou no remédio é grande. Quando você faz isso (colocar mais confiança em como você orou, ou se passou óleo ungido ou não, ou até se tomou remédio ou não do que a confiança em Deus), você está cometendo idolatria.

c) Tenha Fé

Por fim, não quero desestimular a oração pelo enfermos, mas quero encorajar segundo a verdade. Não quero que você pense: “agora, tudo que resta é dar o remédio e só dizer Deus seja feita sua vontade”. Não! Quando alguém estiver doente, medique a pessoa e ore para que Deus que a cure, confiando não no remédio, nem na sua capacidade, mas no Deus de Elias (nosso Deus) que fez parar de chover por 3 anos.

4) O Novo Testamento não prescreve a unção para consagrar objetos

Como bem apontou o Pr. Eduardo Dantas somente os objetos relacionados ao templo eram ungidos e consagrados ao Senhor. Esta unção era tão série que não era usada para ungir nenhum objeto caseiro. Logo, quero apresentar três motivos para você não ungir os objetos em sua casa ou igreja:

1) Como dito anteriormente, não estamos mais sob a lei cerimonial do Velho Testamento. Ela foi abolida no novo sacerdócio de Cristo. Portanto preceitos como ungir o templo não são válidos e praticá-los é negar as realizações de Cristo.

2) Não temos mais templos no molde do Antigo Testamento. Sua igreja local não é um templo. Sua igreja local é um edifício onde os templos de Deus se reúnem. Você é o templo de Deus, habitado por Ele, através do Espírito (1 Coríntios 6:19). Deus não habita em templos feitos por mãos de homens; (Atos 17:24).

3) Portanto, se há alguma coisa a ser ungida ou consagrada, esta é você, cristão. E não é você que fará isto. Deus já o fez, como vimos anteriormente, através da unção do Espírito.

Isso significa que você não precisa ungir seu carro. Ele já é de Deus, tanto porque toda terra Lhe pertence, quanto pela fato de você ser apenas um servo e mordomo daquilo que Deus colocou em suas mãos. Não se iluda achando que você pode consagrar alguns itens para Deus e outros não. Nada é teu e tudo que você tem Ele lhe deu para o objetivo exclusivo de exaltar Glória de Deus (e isto inclui o copo onde você bebe suco). Seu comprometimento de usar qualquer objeto para a glória de Deus já foi feito quando você se converteu. Renove-o e o viva intensamente.

Conclusão

Gostaria de resumir topicamente o que foi falado acima para favorecer a compreensão:

1) Podemos observar nas Escrituras dois usos para o termo ungir: o corriqueiro e o religioso.

a) Sentido religioso:

- No Velho Testamento, temos a simbologia da unção de reis, sacerdotes e profetas e do templo.

- No Novo Testamento, esta simbologia foi cumprida em Cristo de duas formas:

i) Ele foi ungido nosso Rei-Profeta-Sacerdote com o Espírito e com virtude por Deus Pai.

ii) Nós fomos ungidos por Deus com o Espírito como reis e sacerdotes, capacitando-nos para a vida cristã; e nos tornamos templos de Deus, através de Seu Espírito.
- Portanto, não devemos tomar o lugar de Deus e ungir ou consagrar a alguém ao ministério ou como simbologia do batismo do Espírito Santo.

- Nem devemos consagrar aquilo que Deus já separou para si mesmo. Tudo quanto é nosso já é dele e igualmente, já nos comprometemos quando nos convertemos a usar tal para glória de Deus.

b) Sentido corriqueiro:

- Nos dois testamentos vemos o óleo sendo usado com intuito medicinal, estético e funerário.

- É neste sentido que Tiago e Marcos nos recomenda ungir as pessoas, ou seja, cuidar de suas doenças. Atualmente, seria o mesmo que dar algum remédio ao doente.

- Portanto, não devemos ungir o doente esperando que essa unção o cure, mas devemos medicá-lo e orar a Deus pela cura com fé, confiando não em óleos e remédios ou em nossa capacidade, mas na capacidade e no poder de Deus.

Adendo 1: “Não toqueis nos meu ungidos”

Diante do que foi exposto acima, gostaria que você reconsiderasse os versículos de Salmo 105:15 e 1 Crônicas 16:22 que dizem “Não toqueis os meus ungidos”. Gostaria de fazer três observações

1) Os versículos são verdadeiros. Deus nos alerta contra quem toca em Seus ungidos. Não o despreze porque alguns tem abusado dele.

2) Cristo é O Ungido de Deus. Portanto a primeira aplicação do versículo é: “na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído [cuspido, batido, entregue, crucificado]! Bom seria para o tal homem não haver nascido.” (Marcos 14:21).

3) Todo cristão (e não só alguns seletos) é ungido de Deus (1 João 2:20,27), portanto ai daqueles que martirizam, abusam ou zombam de cristãos. Estes iram clamar “até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Apocalipse 6:10) e Deus em seu devido tempo certamente responderá.

Sendo assim, não fale mal do seu irmão e também não tema denunciar falsos profetas que usam aqueles versículos para defenderem seu pecado.

Bibliografia

[1] Dantas, Eduardo. Estudo Bíblico – Óleo de Unção. Acessado em 21 de Maio de 2011.
[2] DICIONÁRIO BÍBLICO STRONG. © 2002 Sociedade Bíblica do Brasil

Por Vinícius Musselman Pimentel. © Voltemos ao Evangelho Website:voltemosaoevangelho.com

Sexo antes do casamento, toques, masturbação e pornografia… É pecado?


Quando falamos sobre sexo antes do casamento, toques, masturbação e pornografia, a pergunta principal que muitos fazem é: “Isso é pecado?”. Creio que esse questionamento é bastante comum, embora uma resposta convincente seja negligenciada geração após geração. Então, humildemente, quero tratar disto de um modo intelectualmente honesto e indo direto ao ponto, sem enrolação, usando quatro textos-chaves, crendo que não há quem possa negar a verdade da Escritura.

“Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu; mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (1 Co 7:8,9).

O raciocínio de Paulo é bem simples. Ele está argumentando sobre a possibilidade de solteiros e viúvas abraçarem o celibato – o não-casamento. Em meio ao seu ensino, ele deixa um conselho curto e importantíssimo sobre desejo sexual. Mesmo que ele ansiasse que estas pessoas não casassem, ele sabia que alguns iriam sentir fortes desejos, correndo o risco de alguém não conseguir “conter-se”. O que essas pessoas deveriam fazer? Que atitudes aqueles que não têm força para conter sua sexualidade devem tomar? Masturbação para aliviar? Pornografia para relaxar um pouco? Dá uns “pega” na namorada? Nada disso. Paulo só apresenta duas escolhas para os que não conseguem vencer seu desejo: ou casa, ou se “abrasa” – o que outras traduções põem como “arder de desejo”.

O texto é bem claro, embora não o leiamos com a atenção devida na maioria das vezes. Você, jovem, tem desejos sexuais incontroláveis? Você se sente um poço de luxúria e está a ponto de explodir de vontade? Deus só te permite fazer duas escolhas: ou continuar assim ou se casar – suprindo todo o seu desejo do modo que Ele ensinou.

“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13:4).

Esse texto requer um pouco mais de atenção. O escritor usa uma linguagem que pode passar despercebida aos nossos olhos se não formos cuidadosos. Esse texto fala, basicamente, sobre sexo. Temos uma clara ordem para venerarmos, ou seja, prestarmos honras a dois ambientes sexuais intercambiáveis. Primeiro, ao matrimônio; segundo, ao leito sem mácula. Então, ele expõe que Deus julgará os que vivem uma sexualidade oposta ao que deveria ser honrado, ou seja, os que vivem em prostituição e os que vivem em adultério. Podemos perceber, sem muito esforço, que matrimônio é contrastado com prostituição e leito sem mácula, com adultério. Vamos olhar para essas duas oposições.

A segunda oposição é simples: percebemos que quando adulteramos, ou seja, traímos nossos cônjuges, pecamos contra o leito sem mácula – que, pelo texto, só pode ser o leito de um casal devidamente casado. Ou seja, toda relação sexual fora do leito de seu parceiro é um adultério (até mesmo as que não saem do campo da mente e do coração, segundo Mateus 5:27,28). Já a primeira oposição é o que chama nossa atenção de um modo mais específico: as atividades sexuais fora do matrimônio são consideradas como um ato de prostituição. Todo sexo que não ocorre dentro de um casamento é uma atitude prostituta – e digna do julgamento de Deus.

Amigo, toda atitude sexual que ocorre fora do casamento é considerado, neste trecho da carta aos Hebreus, como um ato de prostituição. A Santa Escritura ordena: “Fugi da prostituição”, e completa: “Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6:18). Fuja de toda atitude prostituta, fuja de todo ato sexual que acontece fora do matrimônio.

“Filho do homem, existiam duas mulheres, filhas da mesma mãe. Elas se tornaram prostitutas no Egito, envolvendo-se na prostituição desde a juventude. Naquela terra os seus peitos foram acariciados e os seus seios virgens foram afagados” (Ez 23:2,3).

O texto é muito simples. Deus está narrando para Ezequiel a história de duas irmãs por parte de mãe que se entregaram à prostituição nas terras egípcias, mesmo quando ainda jovens. O pronto principal que Deus ressalta sobre a prostituição daquelas moças é que “seus peitos foram acariciados e os seus seios virgens foram afagados”. Garotas, se o Senhor trata os “toques” de seu namorado como um ato de prostituição, que tal lutar contra isso como você luta contra o sexo em si? Diante de Deus, é o mesmo pecado.

“Fiz um acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças” (Jó 31:1)

A Escritura testemunha sobre Jó, dizendo que ele era um “homem íntegro, reto e temente a Deus”, que “desviava-se do mal” (1:1). O próprio Senhor Jeová proferiu que não havia “ninguém… na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (1:8). Conhecendo as qualidade que Deus entregou a esse servo, vemos um exemplo disso no capítulo 31 do livro que conta sua história. Jó, expondo as próprias obras de justiça, diz que fez um pacto com sigo mesmo de “não olhar com cobiça para as moças”. O texto de Mateus 5:27,28 deixa claro que o cobiçar alguém já é, em si, um ato de adultério.

Como, diante deste ato de Jó, podemos tentar defender a pornografia como aceitável? Não podemos, de modo algum, ceder à nossas vontades carnais que pregam à nossa mente, dizendo que só observar não produz mal algum. Que digamos como o Salmista: “Não porei coisa má diante dos meus olhos” (Sl 101:3).

O que nós aprendemos com esses quatro textos bíblicos?

Vemos na primeira carta de Paulo aos cristãos da cidade de Corinto que só temos duas escolhas com relação aos nossos desejos: ou casar (que é o recomendado) ou arder em desejo. Masturbação, pornografia ou toques não são opções; ou casa, ou se abrasa.

Podemos perceber, pelo texto de Hebreus, que todo ato sexual que ocorre fora do casamento é uma prostituição; e que todo ato sexual que ocorre sem ser com seu cônjuge, é adultério. Então, todo auto-erotismo, sexo pré-matrimonial, preliminares e até masturbar-se quando sua esposa não está afim de ter relações são atitudes dignas do julgamento do Santo Deus.

Percebemos pela profecia de Ezequiel que tocar indevidamente em moças é um pecado de prostituição, mostrando, no mínimo, que o relacionamento entre um casal não-casado nunca deve passar de beijos e carinhos comportados.

Por fim, Jó nos ensina, com a própria vida, a não cobiçarmos as moças (ou os moços, conseguintemente); levando-nos a perceber que a pornografia ou o voyeurismo são atos pecaminosos que precisam ser mortificados em nossas vidas.

Então, amigo, gaste um tempo para lidar com tudo isso. Talvez você já considerasse esses atos como pecaminosos, então medite mais nestes textos e confirme mais as verdades que você já conhecia; se você não tem os pecados sexuais que foram apresentados aqui como realmente pecaminosos, leia os textos bíblicos apresentados aqui com cuidado e oração. Renda-se às verdades apresentadas nas Escrituras e viva a vontade do Pai.

Nota: Sei que esse tema é doloroso para a maioria dos jovens. Tratar esses pecados de um modo indiferente e com pouca compaixão é irresponsável e é uma atitude digna de julgamento severo. Não use essas verdades sem amor e nem use o amor como desculpa para diminuir a verdade. Talvez esse texto caia nesta condenação, mas é culpa de seu caráter mais técnico. Vide regra, mansidão é a melhor maneira de tratar escravos desta pecaminosidade. Não esqueça isso.

Por Yago Martins © Voltemos ao Evangelho.
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