segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cadê o conselheiro?!?


A função de ser conselheiro dentro do povo de DEUS é uma das mais nobres, o conselheiro é alguém visto como confiável, sábio, amoroso, forte, equilibrado e inteligente. Vejo muitos jovens que almejam serem reconhecidos como conselheiros.

O conselheiro é um pastor e como tal deve se comportar:

"Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tito 1.7-9)

Um conselheiro não tem hora de descanso, descansa quando lhe permitem pois como dizer a alguém em meio a uma crise que volte outra hora, pois agora ele está descansando? Essa conversa de que tal dia ninguém deve incomodá-lo pois é seu dia de descanso não é a fala de um pastor-conselheiro, mas de um profissional. Um conselheiro é um servo que ministra no Reino em obediência ao SENHOR e para ser benção aos servos do Rei, ele não é um profissional que atende clientes. Não o faz por fama ou glória, mas porque obedece o chamado que recebeu do Triúno DEUS.

Muitas vezes estará exausto mas nunca a ponto de se recusar a orar com alguém para aproximá-lo do SENHOR.

Mas ... e quando ele mesmo se encontra ferido? E quando ele precisa de atenção, cuidado e conselhos?

Nessa hora ele se pergunta: "Cadê o conselheiro!?!"

É trágico mas as pessoas não avaliam que o próprio conselheiro tem problemas e crises pessoais. O que ele deve fazer quando as enfrenta? Alguns argumentam que ele deve recorrer a DEUS. Sim ele recorre, mas também precisa de carinho e compaixão humana. Um sorriso e ouvir palavras verdadeiras de estímulo.

Em algumas igrejas se um pastor pede orações por sua vida muitos começam a especular que talvez ele esteja em pecado. E mesmo que estivesse, isso o torna indigno de receber nossa misericórdia e a compaixão? Será que o povo pensa que é mais provável que ele apenas esteja cansado? Que esteja enfrentando as mesmas crises que cada um deles enfrenta e que ele atendeu com zêlo e amor?

Porque as pessoas olham para as crises de um conselheiro como se fossem máculas inaceitáveis e muitas vezes o tratam tal qual um leproso nos tempos bíblicos?

Conselheiros são seres humanos. Ficam cansados, são feridos, sangram, choram, se sentem abandonados e querem apoio e amor.

Muitos deles seguem ministrando mesmo quando estão feridos e cansados, mas eu peço por eles.

Peço que os cristãos comecem a olhar para seus conselheiros não como super-homens, mas tão somente como homens que o SENHOR usa para abençoar Sua Igreja e assim também cuidem deles, pois ao cuidar deles estarão servindo ao SENHOR.

"Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.

Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." (Hebreus 3.7 e 17)

Da próxima vez que um pastor precisar de apoio e de cuidado não esperem que ele grite "Cadê o conselheiro!!!". Mostre para com ele o amor que procede de DEUS



Um forte amplexo


Victor Hugo Ramallo, pastor

Nossos medos e anseios


Antes que alguém queira esfregar no meu nariz o texto bíblico eu já o aviso ... sim conheço os textos clássicos sobre não ter medo:

"Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares." (Josué 1.9)

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação." (II Timóteo 1 : 7)

Mas a realidade nos demonstra que sim temos medos.

Sim sabemos que o medo e a presença do Senhor JESUS em nossas vidas não são compatíveis, mas é fato que muitas vezes o temor nos assola e a incerteza nos assombra. Incorrer na tolice de atribuir isso a espíritos demoníacos é algo infantil e irreal, eu sei que demônios existem e atuam, mas nossos medos são algo muito mais próximo de nós mesmos. A origem de nossos medos está em nossas inseguranças e em nossas limitações, nossos medos surgem e nos assombram pelo simples fato que temos medo de perder pessoas ou coisas.

Nos apegamos a uma pessoa e a simples idéia de não semos mais bem quistos por essa mesma pessoa nos apavora, nos imobiliza ou nos leva a atos tresloucados. Por medo e em reação a ele agimos de modo insensato e contrário ao nosso padrão comportamental. O medo é tão somente a percepção, mesmo que não plenamente consciente, que não temos como controlar situações ou relações e que elas podem simplesmente findar ou romper-se de modo abrupto e inesperado.

Ou seja o medo é tão somente falta de fé (e fé é a consciente, voluntária e amorosa submissão à vontade de DEUS), queremos controlar o que de fato está sob controle de DEUS e isso é insubordinação. Além de insubordinação é algo tolo, pois não podemos controlar nada e ao tentarmos controlar inevitavelmente iremos falhar, essa falha (ou a consciencia da possibilidade dela ocorrer) produz em nós o medo. Lembremo-nos "DO SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Salmos 24.1)


Reexplicando: temos medo por querer controlar algo que não somos capazes de controlar e a percepção dessa nossa incapacidade gera em nós o medo

Mas como vencer esse inimigo que dia após dia nos enfrenta e muitas vezes nos vence?

Parecerá estranho mas é uma questão de orgulho, precisamos reconhecer nossa incapacidade e nossa incompetência. Admitir que não somos sequer próximos de ter a capacidade de cuidar de nós mesmos. Isso os dói e nos incomoda mas é a realidade antes de podermos reconhecer que o SENHOR nos governa devemos reconhecer que não somos capazes de cuidar nem de nós mesmos e muito menos da realidade que nos cerca.

Quase posso ouvir a pergunta: "O senhor tem certeza pastor?"

Sim tenho. Pois meus medos também me assombram, não sou melhor que ninguém e nem mais santo que qualquer outro cristão. Sou tão falho e incapaz como qualquer outro ser humano.

Em cada situação de medo (medo de perder o que amo ou a quem amo) tenho que reconhecer que não posso cuidar dessa realida e que é DEUS quem tem o controle e aprender a confiar nEle em cada uma dessas situações e relações. Esse é um aprendizado constante por toda a vida e temos que aprender a ser alunos insistentes e obedientes.

A obediência ao SENHOR manifesta nosso amor por Ele e dessa forma aprenderemos e viveremos o que nos ensina a Palavra:

"No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor." (I João 4 : 18)



Um forte e fraterno amplexo

Victor Hugo Ramallo, pastor e vosso conservo

O Pr Victor Hugo Ramallo é um grande amigo, pastor, missionário, homem de grande visão. Ele coopera com nosso blog também.
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