segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A "igreja" que matou Jesus


By Jéssica Mara / @jessy_mara

A igreja que matou Jesus preferiu conviver com um marginal e assassino do que com Jesus.
A igreja que matou Jesus também matou os profetas.
A igreja que matou Jesus era religiosa.
A igreja que matou Jesus convivia com Ele, mas não o conhecia.
A igreja que matou Jesus era hipócrita.
A igreja que matou Jesus fazia do templo e da Palavra, comércio.
A igreja que matou Jesus envolveu-se com a política da época.

Na igreja que matou Jesus havia podres e sujeiras.
Na igreja que matou Jesus a última palavra era dos poderosos, os santos sumo sacerdotes.
Na igreja que matou Jesus a comunhão era fingida. O amor, discursivo.


Os religiosos da igreja que matou Jesus diziam-se santos, vestiam-se adequadamente, davam o dízimo, mas estavam prontos a apedrejar a pecadora.
A igreja que matou Jesus foi a igreja dos cidadãos da alta sociedade judaica, mas se assegurou de manter os marginalizados à margem.
A igreja que matou Jesus não frutificava.

Na igreja que matou Jesus havia muita reverência – aos homens – , mas poucos homens-referência.
Na igreja que matou Jesus vivia-se uma verdade inventada, dogmática.
Na igreja que matou Jesus a misericórdia tinha preço “$”.

A igreja que matou Jesus cumpria a Lei, mas desconhecia a Graça.
A igreja que matou Jesus ignorava Sua voz, mas orava em voz alta.
A igreja que matou Jesus tinha tanta convicção em suas verdades que o mataram.
A igreja que matou Jesus nem chegou a ser chamada de Igreja, mas ainda existe.

Você a conhece?

O amor jamais acaba

Autor: Mauricio Zágari in Amor



Tenho um pensamento sobre o amor que não é muito popular nos nossos dias – mesmo entre muitos cristãos. E aqui falo de amor entre homem e mulher mesmo, amor romântico. Você poderia se perguntar o que um post sobre esse assunto está fazendo num blog que se propõe a falar das coisas de Deus. Eu responderia: tem tudo a ver. Pois acredito que sem compreender plenamente o amor entre um homem e uma mulher é impossível compreender em sua plenitude o amor entre o Cordeiro e sua Noiva.

Vivemos uma época em que o amor entre dois indivíduos de sexos opostos virou algo descartável, superficial, egoísta. O amor que se propaga em nossos dias pela mídia e pela cultura não tem nada a ver com o bíblico. É carnal, impaciente, maldoso, inveja, se vangloria, se orgulha. O amor da nossa civilização maltrata, procura seus interesses, se ira facilmente, guarda rancor. Não quer sofrer, em nada crê, nada espera, nada suporta. É um amor banal e fugaz. Às vezes acredito que se ouvíssemos mais “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim, compreenderíamos muito, mas muito mais sobre o amor idealizado por Deus para a humanidade do que uma enormidade de corinhos que se cantam por aí nas igrejas. O amor em que eu creio é o que o poeta canta:

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida



Minha primeira ideia polêmica é que o amor verdadeiro dura por toda a vida – é eterno. “O amor jamais acaba”, diz 1 Coríntios 13.8. Quando ouço alguém dizer “o amor acabou”, me perdoe, mas em minha opinião o que havia era outro tipo de sentimento, fosse atração, carinho, uma grande amizade, devoção, companheirismo, o que for… mas não amor. Pois o amor é aquele que supera a esperança, que supera a fé, que permanece. Sei da exegese, sei do ágape, sei do amor divino, mas também sei que o amor verdadeiro foi criado por Deus para perdurar. Alguém com um mínimo de conhecimento bíblico consegue acreditar que Deus criou o amor para acabar? Que Deus criou algo tão entranhável, transformador, vital e extraordinário com prazo de validade? Acreditar nisso seria ir contra a essência do próprio Deus que é eterno e é amor.

Sei que serei apedrejado por pessoas que darão milhões de justificativas para explicar por que um relacionamento “que era amor” deixou de ser. Ouvi de tudo quando dava aula em seminário e conversava sobre isso com meus alunos. “Ah, fulano mudou”; “ah, a coisa esfriou”; “ah, o sexo não estava bom”; “ah, com o tempo comparei fulano com outros e vi que ele não me amava”… acredite, ouvi de tudo. Mas o que vejo na Bíblia e no cotidiano é que amor é uma vez na vida. É para sempre. “O amor jamais acaba”. Por isso, também creio que só se ama de verdade uma pessoa na vida. Pode-se até gostar de algumas, mas…AMAR? É algo que tem nome e sobrenome, é coisa para apenas um dos indivíduos que cruzarão nossa existência.

Vinícius de Morais que me perdoe, mas “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure” é pura filosofia mundana, é uma grande balela. Não é bíblico. Novelas, filmes, músicas, conversas de botequim e outros meios de proliferação cultural do mundo tentam nos convencer que amor “é bom enquanto dura”. Pois eu creio que, se é amor, dura até a morte. Às vezes, o sentimento é tão forte que vai além dela. Já comentei aqui no APENAS de uma amiga querida que me disse que até hoje, dez anos após a morte do noivo, aindo o ama. Creio que isso sim é amor.


Já ouvi também que em casais que ficam casados por muito tempo “o sentimento muda”. Que “vira carinho”, “vira companheirismo”. Também não acredito nisso. Conheço casais idosos que estão juntos há 40, 50, 60 anos e que se AMAM de verdade, como dois adolescentes. Que gostam de caminhar de mãos dadas, que se mandam bilhetinhos apaixonados, que morrem de saudades um do outro. Que, ao falecer um, o outro definha de desgosto e parte pouco tempo depois. Não, não creio que amor que seja amor vire companheirismo. Não acredito que maçãs virem pêras só porque o tempo passou e as frutas passaram muito tempo convivendo no mesmo cesto. Maçãs serão sempre maçãs.

Apocalipse 19.7 compara a união de Cristo com a Igreja como a relação de amor entre um homem e uma mulher: “Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou”. Alguém consegue imaginar que esse casamento chegará a um fim? Ou que o amor que Cristo sente pela Igreja vai acabar? Ou se transformar em “amizade”? Ou em “companheirismo”? Por que Deus – que não faz absolutamente nada à toa – escolheria justamente essa metáfora para apresentar a união final e eterna entre Jesus e os seus escolhidos? Se fosse algo que acabasse com o tempo, seria essa a imagem adotada? Do amor entre um homem e sua noiva?

Me perdoem os pragmáticos, mas não, nada me convence que o amor verdadeiro não é aquele que dura eternamente.


Felizes são os que constroem uma vida junto com aqueles que realmente amam. Pois aí o divórcio será uma possibilidade impossível. E especulo que Jesus permite o divórcio em apenas uma exceção, as práticas sexuais ilícitas ["Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério" (Mt 19.9)] por saber que a parte vilipendiada amava de fato a que a vilipendiou a ponto de sofrer tanto que não conseguiria continuar convivendo com a memória daquela atitude ilícita. E faço questão de frisar aqui: creio firmemente que mesmo nessas situações a primeira opção e o padrão ideal de Deus seja a reconciliação. “Eu odeio o divórcio”, diz o Senhor, o Deus de Israel” (Ml 2.16).

Sou um romântico? Pode ser. Sou utópico? Talvez. Acredito no que muitos consideram impossível? Acredito. Mas é o que vejo a partir da Bíblia e pela observação das relações ao meu redor. E deixo, com toda petulância que você me permite, um conselho ao jovem cristão (ou não) que estiver lendo este post: ponha o teu sentimento à prova antes de se casar, de um modo muito simples: pense se você daria sua vida por aquela outra pessoa. Pense se você se atiraria na frente da bala caso alguém disparasse um tiro em direção à pessoa amada. Pois essa foi a prova máxima que Deus deu de que amava sua noiva: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Jesus se atirou na frente da bala para nos salvar, de braços abertos e peito exposto. Eu descobri que amo a mulher que amo quando caiu a ficha de que eu morreria no seu lugar. Por isso sei que a amo: eu daria minha vida pela dela.


Ou seja: quer ter certeza de que ama alguém? Assegure-se de que você ofereceria alegremente sua vida por ela. Se a resposta for “sim”, você a ama de verdade. Pois esse é o padrão que Jesus nos legou: Ele amou tanto e tão eternamente sua noiva que abdicou de si por ela. Se você ficar na dúvida… não se case, pois pode não ser amor.

Tomara que seja. Pois aí você terá a alegria de viver algo maravilhoso, transformador e magnífico, que “jamais se acaba”. Algo tão grandioso e que curiosamente cabe em apenas quatro letras, apesar de ser transbordante.

Termino este post com uma frase não-canônica de Nelson Rodrigues, que não saiu da Bíblia, mas que se encaixa nela como uma luva: “Todo amor é eterno. Se não é eterno, não era amor”.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Extraído do blog Apenas
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