segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O pecado supremo na Igreja evangélica: pensar.

By Maurício Zágari

Li recentemente no twitter um post que dizia: “Eu cometi o pecado supremo dentro da igreja evangélica: eu pensei!”. Minha primeira reação foi um suspiro profundo. Parei alguns instantes em silêncio, pensando (pensando? hmmm… então eu pequei) sobre aquilo. Cogitei (cogito ergo sum… hmmm… novo pecado) simplesmente ignorar essa frase tão generalista e absurda, mas como a afirmação me provocou reflexões decidi escrever sobre o assunto. Não pelo que essa frase diz, o que é uma grande falácia, mas por ter ficado pensando (olha só! E não é que eu pensei de novo?! Meu Deus, quantos pecados…) nas razões que levam pessoas inteligentes, cultas, de bom coração e espirituais a dizerem coisas como essas. É nessas horas que me lembro do que Blaise Pascal disse: “A opinião é a rainha do mundo”.

A revolta contra a Igreja institucionalizada está na moda e não é nenhuma novidade. Já abordei o assunto em posts como Jesus X Igreja: tornei-me cristão quando saí da igreja , Hippies, porcos e a Igreja institucional e Jesus nunca construiu templos. Como toda moda, vai passar. Qualquer pessoa que conheça História da Igreja sabe que esses movimentos vêm e vão e a Igreja permanece. Atualmente, a moda é a dos desigrejados, ou sem-igreja, aqueles que se revoltaram por mil razões diferentes contra a Igreja institucionalizada e buscam viver sua fé de modo alternativo (que inevitavelmente descambará para uma forma de institucionalismo, como recentemente o teólogo e pastor Augustus Nicodemus Lopes afirmou em entrevista ao programa de rádio Mosaico Cristão). Na verdade, isso já pode ser visto em diferentes movimentos de desigrejados, que, como no Movimento dos Sem Terra, já construíram diferentes assentamentos institucionais em que se reúnem – e muitos nem se dão conta de quão institucional é isso.

Entre as razões que levam as pessoas a abandonar a Igreja institucional há algumas legítimas e outras não. Em geral, a maioria dos que abandonam a Igreja evangélica o fazem por terem sido feridos por pastores ou membros. É compreensível que haja mágoa. Entende-se o afastamento. Lamenta-se pelos que causaram os danos (alguns muito sérios). Mas, em vez de permanecer e tentar erradicar os problemas, esses irmãos em Cristo abandonam o barco e tentam viver sua fé agarrados a botes salva-vidas, em vez de permanecer e colaborar para ajudar a consertar o que está errado. Mas é um direito que lhes cabe, apesar do que diz Hebreus 10.24,25: “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

O grande problema

O grande problema é que aí, em vez de simplesmente tentarem viver em paz com todos, muitos desses desigrejados, por razões ideológicas – ou mesmo financeiras, uma vez que muito desse falatório anti-igreja ocorre em websites patrocinados e que geram renda para seus donos, que estão usando o discurso anti-igreja institucional para faturar uns trocados institucionalmente – começam uma campanha verborrágica contra a Igreja de Jesus Cristo organizada de modo institucional (que, para usarmos os termos do tweet que inspirou este post, chamaremos a partir de agora de Igreja evangélica). Os argumentos utilizados muitas vezes são inacreditáveis. E, francamente, esse é um deles: “Eu cometi o pecado supremo dentro da igreja evangélica: eu pensei!”. Ou seja, o que essa afirmação diz de forma maldosamente generalista é que todos os cristãos que congregam em igrejas evangélicas não pensam. Ou, se pensam, estão contrariando os princípios elementares da organização.

Bem, eu sou membro de uma Igreja evangélica. E, segundo essa afirmação, eu sou um imbecil acéfalo. Ou, se viesse a pensar, estaria contrariando os ditames da Igreja evangélica, essa “maligna” instituição que imporia aos seus 970 milhões de fiéis por todo o mundo a idiotice e a ignorância (confira os dados oficiais aqui). Desculpem, mas qualquer uma das duas possibilidades é inverídica e, francamente, ofensiva. Não carrega em si graça nem espírito cristão. Não é por aí. Muitas vezes criticar é fruto simplesmente de um hábito que se adquire. Pascal disse: “O hábito é uma segunda natureza que anula a primeira”.

Se os que abandonaram a Igreja evangélica quiserem criticá-la, para começar deveriam fazê-lo dentro dos níveis de educação e respeito que o Cristianismo propõe. Como disse Blaise Pascal, a violência de frases injustas como “Eu cometi o pecado supremo dentro da igreja evangélica: eu pensei!” me lembra o que esse pensador cristão jansenista disse: “Eloquência positiva é aquela que persuade com doçura, não com violência”. Não, o nível do debate nunca deve ser esse.

É pra rir?

Sem dizer que é uma inverdade de proporções bíblicas. Sugerir que sacerdotes, teólogos, mártires e estudiosos das Escrituras membros da Igreja evangélica, como John Stott, Billy Graham, Dallas Willard, Augustus Nicodemus, Richard Foster, Ariovaldo Ramos, Walter McAlister, Lutero, Calvino, John Piper, Dietrich Bonhoeffer, Karl Barth e tantos outros que compõem a nuvem de grandes pensadores do Cristianismo “não pensam” ou se pensaram cometeram o pecado supremo da Igreja evangélica é no mínimo risível, para não dizer resultado de uma ignorância sem limites acerca do mundo protestante.

O comentário também acaba respingando em instituições para-eclesiásticas ligadas à Igreja evangélica, como a Visão Mundial, a Sepal, a Missão Portas Abertas e tantos outros ministérios, joga tudo num mesmo saco e diz que esses heróis da dedicação ao próximo e à causa de Cristo… não pensam?! É para rir?

A crítica sempre fez parte da História da Igreja. Ela é válida e em muitos momentos da trajetória da Igreja nesses 2 mil anos ajudou a pôr estruturas equivocadas novamente nos trilhos. Mas há um detalhe: é preciso saber como fazer essa crítica. Quem lê a transcrição dos debates de Lutero contra os papistas na Dieta de Worms (pintura ao lado), no movimento que gerou a Reforma Protestante (e, com o perdão da má palavra, a Igreja evangélica), verá a inteligência do reformador ao argumentar, sempre com base bíblica. Ou ainda, os debates entre Wesley e Whitefield acerca da divergência calvinismo X arminianismo. Embora os debates fossem acalorados, os argumentos de ambos os lados eram muito bem fundamentados.

Em comparação, as afirmações dos atuais desigrejados (ou antievangélicos, talvez seja um termo mais adequado) são emotivas, eles usam frases feitas, argumentos generalistas, por vezes uma irreverência infantilóide, chamam pastores sérios de “bundões” e lançam mão de estratégias de guerrilha que, francamente, não colaboram em nada para a causa de Cristo e do Evangelho. Querem derrubar catedrais atirando balões de água contra elas. Ajuda a desabafar? Pode ser. É eficaz no combate aos abusos cometidos dentro da Igreja organizada? Nem um pouco. Então a pergunta óbvia é: querido amigo ou amiga desigrejado(a), será que esse é o caminho? Ficar tacando lama do lado de fora? Ou será que o óbvio não seria voltar às igrejas e tentar consertar o que vocês tanto criticam? Colaborar? Somar esforços? Arregaçar as mangas junto aos que vocês consideram doentes e cuidar de suas doenças em vez de ficar nesse nhenhenhem que não ajuda em absolutamente nada a causa de Jesus Cristo e do Reino de Deus?

É evidente que existem más igrejas. É evidente que existem maus pastores. É evidente que muitos abusos têm sido cometidos. É lógico! A Igreja é formada por pessoas pecadoras, que erram, ofendem e carecem do nosso perdão diariamente! Exatamente como eu e você, sejamos nós membros de uma igreja evangélica ou antievangélicos! Seria ingenuidade supor o contrário. Porém, daí a dizer que “o pecado supremo dentro da Igreja evangélica é pensar” significa aglutinar 500 anos de protestantismo em uma frase que acusa grandes homens de Deus como os pietistas, os morávios, os puritanos, John Wesley, John Bunyan, William Cowper e David Brainerd de…não pensar. E isso é de uma irresponsabilidade atroz. Um pouco de estudo sobre teologia e História da Igreja não faria mal nessas horas. Frases feitas como essas me lembram de outra máxima de Blaise Pascal: “Todas as boas máximas se encontram no mundo: só falhamos ao aplicá-las.”

O pecado supremo

Do mesmo modo que os antigos sofistas gregos (como Protágoras e Górgias), os desigrejados pegam suas experiências pessoais desagradáveis com a igreja ou uma ou outra pessoa ligada a ela e usam essas experiências como dogmas para definir que a Igreja evangélica não presta, que os que nelas congregam não pensam ou outras sandices como essas. Esses irmãos machucados tomam-se como a medida de todas as coisas e empreendem cruzadas iconoclastas e quixotescas contra seus moinhos de vento. E, do modo que os antievangélicos as vêm promovendo, tornam-se cruzadas meramente ofensivas a 970 milhões de cristãos ao redor do planeta. E, sejamos francos? São cruzadas inúteis.

Se quiserem acusar certas igrejas neopentecostais com suas práticas antibíblicas de leviandade, eu apoio e faço coro. Se quiserem combater as heresias que surgem no seio de setores da Igreja evangélica (como a Teologia Relacional e o Liberalismo Teológico), assino embaixo. Se quiserem denunciar pastores que agem mais como empresários da fé do que como médicos de almas, contem comigo. Agora, dizer que pensar é o pecado supremo da Igreja evangélica é pegar a escória e pôr no mesmo patamar dos que lutam para levar o Evangelho de Cristo aos pecadores e discipulá-los de modo bíblico, sério, sólido e com temor sincero a Deus dentro dos quadros da Igreja evangélica. E, francamente, isso sim é um tremendo de um pecado.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

@MauricioZagari extraído do blog "Apenas1"

Existe esperança?

By Pr Carlito Paes

Você já parou para pensar exatamente o que significa esperança? Ela existe mesmo? Ou é apenas um tema recorrente dos poetas, pastores, teólogos, religiosos, místicos, apaixonados, ou quem sabe, dos tolos e fracos?

Penso que assim como é impossível movimentar uma frota de automóveis, de aviões, de navios, ou de qualquer máquina de motor a combustão, também é impossível imaginar o ser humano vivendo e movendo-se sobre a Terra sem esperança!

Eu creio que a esperança é o combustível da alma. Nosso ser interior é dirigido pela esperança, pela perspectiva que no futuro será melhor, por isto entendo que Deus criou o dia, a noite e as estações do ano. À noite, sempre ao deitar para dormir, o fazemos com a esperança de um novo amanhã de um dia melhor. Podemos nos lembrar sempre que depois de um rigoroso inverno, vem a primavera. Existe um belo versículo na Bíblia que diz: “...o choro pode durar uma noite, mais a alegria vem pela manhã” – Salmo 30.5. Isto é esperança! Você precisa mais de esperança para viver do que possa imaginar.

Sem a esperança tudo para; tudo fica congelado, incolor, como um dia sem o amanhã. A esperança nos faz pensar no próximo minuto da vida, no próximo passo, na próxima oportunidade, na próxima estação. A esperança é uma inspiração para nossos dias, ela fecunda nossos sonhos. Na verdade, a esperança e a vida se confundem porque não podemos desassociar a ideia de vida sem esperança.Vida é esperança!

Com grande propriedade o apóstolo Paulo afirmou em sua carta aos Romanos 5.5: “A esperança não decepciona”. Com ela a ordem emerge do caos, com ela as dores são suavizadas e a morte perde seu poder.

A esperança é amiga da paciência, é filha legítima da fé, é irmã inseparável da perseverança e prima da determinação. Talvez, por isso, a esperança tenha ganhado o adágio popular: “A esperança é a última que morre.” Ter esperança portanto é a condição primária para você se tornar uma pessoa verdadeira e estável, sem ela, diante de as naturais adversidades da vida, você tenderá a desanimar, a esperança nos renova e faz reagir com estabilidade, diante dos dias instáveis, devido a isto, uma pessoa sem esperança já é um perdedor. Você precisa dizer para o seu fracasso que existe uma esperança, e que você dará a volta por cima e não desistirá.

Ter esperança é manter a luz acessa, é não se curvar diante da escuridão, é conseguir enxergar, quando não se pode ver quase nada. É olhar para dentro de si e não perder os sonhos de vista. É ver-se quando ninguém mais percebe, é esforça-se para manter-se vivo, respirando contra tudo que conspira em oposição a você.

E de onde vêm a nossa esperança? Nossa esperança tem uma fonte: o Senhor! Como está escrito: “Esteja sobre nós o teu amor, SENHOR, como está em ti a nossa esperança.”- Salmo 33. 22. A essência da fé não é a religião, isto é sobre homens, a esperança é sobre Deus, é algo de Deus aos homens, um presente dos céus. Por isto o inferno é o pior lugar para o ser humano, lá não existe perspectiva, isto é: esperança. Sempre será ruim e pior a cada dia.

Quem ama, quer viver; quem vive, precisa de fé e esperança. Todavia, acredite, é impossível manter a esperança sem fé, deseje uma fé sobrenatural em Deus, através de Jesus Cristo, o salvador, e você receberá uma viva esperança, que resiste e sobrevive a dias difíceis, ao luto, à dor, à perda e às tristezas profundas, porque justamente esta é a função divina da esperança neste mundo, alimentar o nosso coração!

Mesmo que você esteja vivendo dias em que quase perdeu a esperança; que no pós-carnaval tenha descoberto uma traição, que o dinheiro tenha acabado, que a ilusão da folia trouxe à realidade da perda, que o vício tomou lugar da razão, enfim, agora você precisa prosseguir, receba com fé a esperança o que vem do Senhor e não desista!

Declare hoje com fé esta Palavra: “Nossa esperança está no SENHOR; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção. Nele se alegra o nosso coração, pois confiamos no seu santo nome. Esteja sobre nós o teu amor, SENHOR, como está em ti a nossa esperança.”- Salmo: 33.20-21.

Prossiga e nunca perca nos dias de trevas o que Deus lhe deu na luz!

Extraído do site "Artigos do Pr Carlito Paes"
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